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NEVOEIRO E OUTROS POEMAS DE CARLS SANDBURG




 CHICAGO


Carniceiro do Mundo
Fabricante de Ferramentas, Estivador de Trigo
Jogador de Trens e Fretista da Nação;
Tempestuosa, robusta, ruidosa
Cidade de Ombros Largos:

Eles me dizem que és perversa e eu acredito, porque
Vi, debaixo dos lampiões de gás, tuas mulheres
Pintadas seduzindo jovens fazendeiros.
Eles me dizem que tu és falsa e eu respondo:
Sim, é verdade, eu vi o pistoleiro
Matar e sair livre para matar de novo.
Eles me dizem que tu és brutal e eu respondo:
Eu vi no rosto das mulheres
E das crianças as marcas da fome imoral.
E eu respondi que eu me volto mais uma vez
Para aqueles que são desprezados na minha cidade
E eu lhes devolvo o escárnio e lhe digo:
Venham e me mostrem uma outra cidade que
Com a cabeça erguida eu cante orgulhoso
De viver, rude, forte e astuta.
Lançando magnéticas blasfêmias entre labutas de trabalhao em trabalho, eis aqui um alto
E audaz batedor assentado vividamente
Contra pequenas e pacatas cidades;
Feroz com um cachorro com a língua lambendo com rapidez, esperto como um selvagem lutando
Contra o deserto,
Careca,
Trabalhando,
Demolindo,
Planeando,
Construindo, derrubando, reconstruindo.
Abaixo da fumaça, com a poeira na boca, rindo
Com dentes brancos,
Abaixo do terrível fardo do destino rindo
Como rí um garoto jovem,
Rindo igual a lutador ignorante
Que nunca perdeu uma luta,
Gabando-se e rindo porque na sua munheca
Lateja o pulso e debaixo de suas costelhas
De suas costelas bate o coração do povo,
Rindo!
Rindo com a tempestuosa, rude e briguenta gargalhada da Juventude,
Meio desnuda e suando, orgulhoso de ser o Carniceiro do Mundo,
O Fabricante de Ferramentas, o Estivador de Trigo,
O Jogador de Trens e Fretista da Nação.


Tradução do original de Dalcin Lima, aos 12 de junho de 2016, baseado na tradução espanhola de Agustí Bartra. In: Um Poema al Día. Disponível em:< http://blogs.20minutos.es/poesia/2009/12/14/chicago-carl-sandburg-1878-1967/>. Acesso em: 11. Jun. 2016.



CHICAGO


Hog Butcher for the World,
Tool maker, Stacker of Wheat,
Player with Railroads and the Nation’s Freight Handler;
Stormy, husky, brawling,
City of the Big Shoulders:

They tell me you are wicked and I believe them, for I have seen your
painted women under the gas lamps luring the farm boys.
And they tell me you are crooked and I answer: yes, it is true I have seen
the gunman kill and go free to kill again.
And they tell me you are brutal and my reply is: On the faces of women
and children I have seen the marks of wanton hunger.
And having answered so I turn once more to those who sneer at this my
city, and I give them back the sneer and say to them:
Come and show me another city with lifted head singing so proud to be
alive and coarse and strong and cunning.
Flinging magnetic curses amid the toil of piling job on job, here is a tall
bold slugger set vivid against the little soft cities;
Fierce as a dog with tongue lapping for action, cunning as a savage pitted
against the wilderness,
Bareheaded,
Shoveling,
Wrecking,
Planning,
Building, breaking, rebuilding,
Under the smoke, dust all over his mouth, laughing with white teeth,
Under the terrible burden of destiny laughing as a young man laughs,
Laughing even as an ignorant fighter laughs who has never lost a battle,
Bragging and laughing that under his wrist is the pulse, and under his
ribs the heart of the people,
Laughing!
Laughing the stormy, husky, brawling laughter of Youth, half-naked,
sweating, proud to be Hog Butcher, Tool Maker, Stacker of Wheat,
Player with Railroads and Freight Handler to the Nation.


CHICAGO. In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/chicago>. Acesso em: 11. Jun. 2016.


GRAMA


Empilhe os corpos bem alto em Austerlitz and Waterloo.
Jogue-os lá embaixo e deixe-me trabalhar –
Eu sou a grama; cubro tudo.

E empilhe-os bem alto em Gettysburg
E empilhe-os bem alto em Ypres e Verdun.
Jogue-os lá embaixo e deixe-me trabalhar.
Dois anos, dez anos, e os passageiros perguntam ao condutor:
Que lugar é esse?
Onde estamos agora?

Eu sou a grama.
Deixe-me trabalhar.


Tradução de Dalcin Lima aos 12 de junho de 2016. 


GRASS

Pile the bodies high at Austerlitz and Waterloo.
Shovel them under and let me work --
I am the grass; I cover all.

And pile them high at Gettysburg
And pile them high at Ypres and Verdun.
Shovel them under and let me work.
Two years, ten years, and passengers ask the conductor:
What place is this?
Where are we now?

I am the grass.
Let me work.


GRASS. In: Hello Poetry. Disponível em:< http://hellopoetry.com/carl-sandburg/>. Acesso em: 11. Jun. 2016.


CHAMFORT

Aquele Chamfort. Um exemplo.
Trancou-se na biblioteca com uma pistola
e com um tiro arrancou o nariz e o olho direito.
E Chamfort sabia o que é escrever
Milhares liam seus livros sobre como viver
mas não era capaz de se matar
por suas próprias mãos - viu só?
Encontraram-no numa poça de sangue no tapete,
frio como uma manhã de abril:
dizendo máximas divertidas e amargos epigramas.
Pois bem, tapou o nariz e o olho direito com atadura,
bebeu café e conversou anos e anos
com homens e mulheres que o adoravam
porque sabia rir e todos os dias desafiava a Morte:
"Venha aqui me pegar."


Tradução de Maira Parula. In: Poemas cubas & toreniras. Disponível em:< http://naofeche.blogspot.com.br/2015/01/1-poema-de-carl-sandburg.html>. Acesso em: 11. Jun. 2016.


CHAMFORT


There's Chamfort. He's a sample.
Locked himself in his library with a gun,
Shot off his nose and shot out his right eye.
And this Chamfort knew how to write
And thousands read his books on how to live,
But he himself didn't know
How to die by force of his own hand--see?
They found him a red pool on the carpet
Cool as an April forenoon,
Talking and talking gay maxims and grim epigrams.
Well, he wore bandages over his nose and right eye,
Drank coffee and chatted many years
With men and women who loved him
Because he laughed and daily dared Death:
"Come and take me."


CHAMFORT. In: Plagiarist. Disponível em:< http://plagiarist.com/poetry/4659/>. Acesso em: 11. Jun. 2016. 

 
A GRADE


Agora, a mansão à beira do lago já está
concluída, e os trabalhadores estão
começando a grade.
São barras de ferro com pontas de aço, capazes
de tirar a vida de qualquer um que se
arrisque sobre elas.
Como grade, é uma obra-prima e impedirá a
entrada de todos os famintos e vagabundos
e de todas as crianças vadias à procura de
um lugar para brincar.
Entre as barras e sobre as pontas de aço nada
passará, exceto a Morte, a Chuva e o Dia de
Amanhã.


Tradução de Carlos Machado. In: poesia.net. Disponível em: < http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet098.htm >. Acesso em: 12. Jun. 2016.


A FENCE


Now the stone house on the lake front is
finished and the workmen are beginning
the fence.
The palings are made of iron bars with steel
points that can stab the life out of any
man who falls on them.
As a fence, it is a masterpiece, and will shut off
the rabble and all vagabonds and hungry
men and all wandering children looking
for a place to play.
Passing through the bars and over the steel
points will go nothing except Death
and the Rain and To-morrow.


A FENCE. In: poesia.net. Disponível em: < http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet098.htm >. Acesso em: 12. Jun. 2016.


FERRO


Canhões,
Longos canhões de aço,
Apontando das belonaves
Em nome do deus da guerra.
Retos, brilhantes, polidos canhões,
Cavalgados por marujos em túnicas brancas,
Rostos bronzeados, cabelos revoltos, dentes
[ brancos,
Sorridentes marujos em túnicas brancas
Sentados nos canhões, entoando hinos e
[ refrões de guerra.

Pás,
Amplas pás de ferro,
Cavando valas oblongas,
Levantando terra e tufos de grama.

Você é
Testemunha —
A pá é irmã do canhão.


Tradução de Carlos Machado. In: poesia.net. Disponível em: < http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet098.htm >. Acesso em: 12. Jun. 2016. 


IRON


Guns,
Long, steel guns,
Pointed from the war ships
In the name of the war god.
Straight, shining, polished guns,
Clambered over with jackies in white blouses,
Glory of tan faces, tousled hair, white teeth,
Laughing lithe jackies in white blouses,
Sitting on the guns singing war songs, war
[ chanties.

Shovels,
Broad, iron shovels,
Scooping out oblong vaults,
Loosening turf and leveling sod.

I ask you
To witness —
The shovel is brother to the gun.


IRON. In: poesia.net. Disponível em: < http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet098.htm >. Acesso em: 12. Jun. 2016.


SOPA


Vi um homem famoso comer sopa.
Vi que levava à boca o gorduroso caldo
com uma colher.
Todos os dias o seu nome aparecia nos jornais
em grandes parangonas
e milhares de pessoas era dele que falavam.
Mas quando o vi,
estava sentado, com o queixo enfiado no prato,
e levava a sopa à boca
com uma colher.


Tradução de Alexandre O'Neill. In: Uma Casa em Beirute. Disponível em: < http://sylviabeirute.blogspot.com.br/2010/11/carl-sandburg-poemas.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016. 


SOUP


I saw a famous man eating soup.
I say he was lifting a fat broth
Into his mouth with a spoon.
His name was in the newspapers that day
Spelled out in tall black headlines
And thousands of people were talking about him.

When I saw him,
He sat bending his head over a plate
Putting soup in his mouth with a spoon.


SOUP. In: All Poetry. Disponível em: < http://allpoetry.com/poem/8478921-Soup-by-Carl-Sandburg>. Acesso em: 12. Jun. 2016.


SONHOS NO CREPÚSCULO


Sonhos no crepúsculo,
Apenas sonhos encerrando o dia,
Retornando-o com tal desfecho,
Aos tons cinza, escurecidos,
Às coisas fundas e longínquas
Do território dos sonhos.

Sonhos, apenas sonhos no crepúsculo,
Apenas as rotas imagens lembradas
Dos tempos idos, quando o ocaso de cada dia
Escrevia em prantos as perdas da afeição.

Lágrimas e perdas e sonhos desfeitos
Talvez acolham teu coração
ao anoitecer.


Tradução de Fernando Campanella. In: Palavreares. Disponível em: < http://fernandocampanella.blogspot.com.br/2011/05/carl-sandburg-uma-traducao.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016.


DREAMS IN THE DUSK


Dreams in the dusk,
Only dreams closing the day
And with the day’s close going back
To the gray things, the dark things,
The far, deep things of dreamland.

Dreams, only dreams in the dusk,
Only the old remembered pictures
Of lost days when the day’s loss
Wrote in tears the heart’s loss.

Tears and loss and broken dreams
May find your heart at dusk.


DREAMS IN THE DUSK. In: Bartleby.com. Disponível em: < http://www.bartleby.com/165/124.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016.


NEVOEIRO


O nevoeiro vem
Com passos de gato.

Senta-se e olha
Sobre o porto e a cidade
No silêncio das patas
E, então, se move.


Tradução de Dalcin Lima, aos 12 de junho de 2016. 



FOG


The fog comes
On little cat feet

It sits looking
Over harbor and city
On silent haunches
And then moves on.


FOG. In: Misantropia. Disponível em: < http://flaviooffer.blogspot.com.br/2011/06/poemas-de-carl-sandburg.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016. 


ENTRE DUAS COLINAS

Entre duas Colinas
Está a velha cidade.
As casas assomam
E telhados e árvores
A penumbra e a umbra,
A neblina e a névoa
Estão lá.

Orações são ditas
E as pessoas descansam
Porque o sono chegou
E o manto dos sonhos
Tudo cobre.


Tradução de Tonico Mercador. In: Misantropia. Disponível em: < http://flaviooffer.blogspot.com.br/2011/06/poemas-de-carl-sandburg.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016. 


BETWEEN TWO HILLS


Between two hills
The old town stands.
The houses loom
And the roofs and trees
And the dusk and the dark,
The damp and the dew
Are there.

The prayers are said
And the people rest
For sleep is there
And the touch or dreams
Is over all.


BETWEEN TWO HILLS. In: Misantropia. Disponível em: < http://flaviooffer.blogspot.com.br/2011/06/poemas-de-carl-sandburg.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016.


TALVEZ


Talvez ele creia em mim, talvez não.
Talvez possa casar com ele, talvez não.

Talvez o vento sobre a pradaria,
O vento sobre o mar, talvez,
Alguém, algures, talvez possa dizer.

Repousarei a minha cabeça em seu ombro
E quando ele me perguntar direi sim,
Talvez.


Tradução de Adriano Nunes. In: Vidráguas. Disponível em: < http://vidraguas.com.br/wordpress/2014/06/04/poemas-traduzidos-lxxxv-adriano-nunes/>. Acesso em: 12. Jun. 2016. 


MAYBE


Maybe he believes me, maybe not.
Maybe I can marry him, maybe not.

Maybe the wind on the prairie,
The wind on the sea, maybe,
Somebody, somewhere, maybe can tell.

I will lay my head on his shoulder
And when he asks me I will say yes,
Maybe.


MAYBE. In: Vidráguas. Disponível em: < http://vidraguas.com.br/wordpress/2014/06/04/poemas-traduzidos-lxxxv-adriano-nunes/>. Acesso em: 12. Jun. 2016.


DUNAS


Que vemos aqui, entre as dunas de areia batidas
de luar, sozinhos com os nossos pensamentos, Bill,
sozinhos com os nossos sonhos, Bill, tão leves como
os véus que adejam sobre a cabeça das mulheres
que dançam,
sozinhos com urna imagem, uma imagem a seguir
a outra, de todos os mortos,
os mortos mais numerosos que os grãos de areia
amontoados um a um aqui, sob o luar,
amontoados no horizonte e com a forma que as mãos
do vento lhes querem dar,
que vemos aqui, Bill, além daquilo que desespera
os sábios,
além daquilo que faz chorar os poetas, que faz com
que os soldados se lancem para a frente e percam
a vida à luz do sol: que será, Bill?


Tradução de José Carlos Peliano. In: Janela de Poemas. Disponível em: < http://janeladepoemas.blogspot.com.br/2012/06/carl-sandburg.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016.


DUNES


What do we see here in the sand dunes of the white moon alone with our thoughts, Bill,
Alone with our dreams, Bill, soft as the women tying scarves around their heads dancing,
Alone with a picture and a picture coming one after the other of all the dead,
The dead more than all these grains of sand one by one piled here in the moon,
Piled against the sky-line taking shapes like the hand of the wind wanted,
What do we see here, Bill, outside of what the wise men beat their heads on,
Outside of what the poets cry for and the soldiers drive on headlong and leave their skulls in the sun for—what, Bill?


DUNES. In: Poem Hunter. Disponível em: < http://www.poemhunter.com/poem/dunes/>. Acesso em: 12. Jun. 2016. 


RÁPIDO


Viajo de rápido, num dos melhores comboios do país.
Lançados através da pradaria, da névoa azul, no ar escuro,
correm quinze carruagens com mil viajantes.
Todas estas carruagens serão, um dia, montes de ferrugem;
homens e mulheres que riem
no vagão-restaurante, nas carruagens-camas, hão-de acabar em pó.
No salão dos fumadores pergunto a um homem qual o seu destino.
«Omaha», responde.


Tradução de José Carlos Peliano. In: Janela de Poemas. Disponível em: < http://janeladepoemas.blogspot.com.br/2012/06/carl-sandburg.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016.


LIMITED


I am riding on a limited express, one of the crack trains of the nation.
Hurtling across the prairie into blue haze and dark air go fifteen all-steel coaches holding a thousand people.
(All the coaches shall be scrap and rust and all the men and women laughing in the diners and sleepers shall pass to ashes.)
I ask a man in the smoker where he is going and he answers: “Omaha.”


LIMITED. In: Bartleby.com. Disponível em: < http://www.bartleby.com/165/35.html>. Acesso em: 12. Jun. 2016. 



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Sobre Jus et Humanitas

Sou Dalcin Lima, advogado, tradutor e um apaixonado por Línguas e Literatura, especialmente poesia. Sou protetor de animais em geral.
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