ELEGIA NA ALEGRIA
Contamos princípios: para a pele e a resposta,
ou o olhar, o lago no olho que conhece,
para o desespero que corre para os mais selvagens rios,
nuvem de casa; e também a árvore verde da graça,
todo na folha, no amor que nos dá a nós mesmos.
A palavra de alimento passa pelas mulheres,
soldados e pomares enraizados em constelações,
torres brancas, olhos de meninos:
que em tempo de guerra dizem o que comeremos?
não posso dizer no fim.
Alimentas princípios, alimentemos princípios.
Nem todas as coisas são benditas, mas a
sementes são benditas entre todas as coisas.
A bênção está na semente.
Este momento, esta semente, esta onda do mar, este olhar, este
instante de amor.
Anos sobre guerras e um imaginar-se de paz. Ou a viagem de expiação
até a paz que tantos desejos que ardem juntos,
vida pura furiosa, o lar onde tantos habitam.
Amor que nos dá a nós mesmos, e no mundo por todos conhecido
novas técnicas para curar as feridas,
e o mundo desconhecido. Uma vida, ou as estrelas cadentes.
Traduzido por Dalcin Lima aos 21 de junho de 2015.
ELEGY IN JOY
We tell beginnings: for the flesh and the answer,
or the look, the lake in the eye that knows,
for the despair that flows down in widest rivers,
cloud of home; and also the green tree of grace,
all in the leaf, in the love that gives us ourselves.
The word of nourishment passes through the women,
soldiers and orchards rooted in constellations,
white towers, eyes of children:
saying in time of war What shall we feed?
I cannot say the end.
Nourish beginnings, let us nourish beginnings.
Not all things are blest, but the
seeds of all things are blest.
The blessing is in the seed.
This moment, this seed, this wave of the sea, this look, this instant of love.
Years over wars and an imagining of peace. Or the expiation journey
toward peace which is many wishes flaming together,
fierce pure life, the many-living home.
Love that gives us ourselves, in the world known to all
new techniques for the healing of the wound,
and the unknown world. One life, or the faring stars.
ELEGY IN JOY. In: Poem Hunter. Disponível em:< http://www.poemhunter.com/poem/elegy-in-joy/ >. Accesso em: 20. Jun. 2015.
A CONJUGAÇÃO DO PARAMÉCIO
Isto não tem nada
a ver com
a propagação
A espécie
é continuada
e assim muitas são
(entre as menores criaturas)
por fissiparidade
(e esta espécie
é muito pequena
a próxima na categoria
da ameba, a espécie inicial)
O paramécio
alcança, então,
a imortalidade
ao dividir-se
Mas quando
o paramécio
deseja o vigor
da alegria de uma outra renovação
eis o que
o paramécio faz:
O paramécio
deita-se ao lado
de outro paramécio
Inexplicavelmente bem devagar
a troca
acontece
na qual
algumas partículas
do núcleo de um
são permutados
por algumas partículas
do núcleo
do outro
Esta é a chamada
conjugação do paramécio.
Tradução de Dalcin Lima aos 20 de junho de 2015.
THE CONJUGATION OF THE PARAMECIUM
This has nothing
to do with
propagating
The species
is continued
as so many are
(among the smaller creatures)
by fission
(and this species
is very small
next in order to
the amoeba, the beginning one)
The paramecium
achieves, then,
immortality
by dividing
But when
the paramecium
desires renewal
strength another joy
this is what
the paramecium does:
The paramecium
lies down beside
another paramecium
Slowly inexplicably
the exchange
takes place
in which
some bits
of the nucleus of each
are exchanged
for some bits
of the nucleus
of the other
This is called
the conjugation of the paramecium.
THE CONJUGATION OF THE PARAMECIUM. In: Academy of American Poets. Disponìvel em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/conjugation-paramecium >. Acesso em: 20. Jun. 2015.
CANÇÃO
O mundo está repleto de perdas: traz, vento, meu amor...
meu lar é onde fazemos nosso lugar de encontro,
e amor tudo que eu tocar e pegar
interiormente naquela superfície.
Dispersa, vento, o exílio dos meus olhos;
paz para contemplar, vida para ouvir e confessar,
liberdade para encontrar encontrar encontrar
aquela nudez.
Tradução de Dalcin Lima aos 20 de junho de 2015.
SONG
The world is full of loss; bring, wind, my love,
my home is where we make our meeting-place,
and love whatever I shall touch and read
within that face.
Lift, wind, my exile from my eyes;
peace to look, life to listen and confess,
freedom to find to find to find
that nakedness.
SONG. In: Poetry foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poetrymagazine/poems/detail/23046 >. Acesso em: 20. Jun. 2015.
HOMENAGEM À LITERATURA
Quando você imagina músicos com rostos de trompete
a soprar novamente um jazz inimitável,
nenhuma arte pode acusar, tampouco bombardeios ferir,
ou saindo de seus sonhos de dirigíveis,
avistar mais uma vez o insensato coxo
a arremessar sua muleta precipitadamente, enquanto os faróis
irrompem pela rua desnivelada, ao tempo que os três marteladores
vão Um, Dois, Três no fogaréu, batidas na descida do martelo
e nenhum sinal de novos mundos para aquietar o coração;
então você divisa no lago do ocaso como ele se move
abrasador, sobre o oeste e para além de todo controle
a rolar, e como tumultua a pulsação e assim prossegue,
mar após mar, com sóis insuportáveis em seguida;
pensa: os poemas fixaram esta paisagem: Blake, Donne, Keats.
Tradução de J. A. Rodrigues. In: Blog do Castrop. Disponível em:
HOMAGE TO LITERATURE
When you imagine trumpet-faced musicians
blowing again inimitable jazz
no art can accuse not cannonadings hurt,
or coming out of your dreams of dirigibles
again see the unreasonable cripple
throwing his crutch headlong as the headlights
streak down the torn street, as the three hammerers
go One, Two, Three on the stake, triphammer poundings
and not a sign of new worlds to still the heart;
then stare into the lake of sunset as it runs
boiling, over the west past all control
rolling and swamps the hearbeat and repeats
sea beyond sea after unbearable suns;
think: poems fixed this landscape: Blake, Donne, Keats.
HOMAGE TO LITERATURE. In: Xroads. Disponível em: < http://xroads.virginia.edu/~ma05/dulis/poetry/Rukeyser/rukeyser2.html>. Acesso em: 20. Jun. 2015.
DESPERTO ESTA MANHÃ
Desperto esta manhã,
uma mulher violenta no violento dia,
Rindo.
Além da linha da memória,
ao largo do largo do corpo de tua vida
na se move tua infância, juventude, a história toda do tato,
olhos, lábios, peito, barriga, sexo, pernas, no ondular das ondas do lençol.
Olho além da plantinha
no peitoril da cidade
até as altas torres empilhadas de livros, aglomeradas vorazmente,
o rio que flui corroído e brilhante,
o intrincado porto e o mar, as guerras, a lua, as
planetas, todos que povoam os espaços
sob o visível invisível sol.
Violetas africanas sob a luz
respirando a respiração do universo. Eu quero uma paz potente,
a delícia,
a bondade selvagem.
Quero fazer meus poemas tocarem:
encontrar minha manhã, encontrar-te todo
vivo movendo-se entre intocáveis pessoas.
Digo-te através das ondas de ar:
hoje uma vez mais
tentarei não ser mais violenta
um dia a mais
esta manhã, despertando num mundo à parte
de um violento dia.
Traduzido por Dalcin Lima aos 20 de junho de 2015.
WAKING THIS MORNING
Waking this morning,
a violent woman in the violent day
Laughing.
Past the line of memory
along the long body of your life
in which move childhood, youth, your lifetime of touch,
eyes, lips, chest, belly, sex, legs, to the waves of the sheet.
I look past the little plant
on the city windowsill
to the tall towers bookshaped, crushed together in greed,
the river flashing flowing corroded,
the intricate harbor and the sea, the wars, the moon, the
planets, all who people space
in the sun visible invisible.
African violets in the light
breathing, in a breathing universe. I want strong peace,
and delight,
the wild good.
I want to make my touch poems:
to find my morning, to find you entire
alive moving among the anti-touch people.
I say across the waves of the air to you:
today once more
I will try to be non-violent
one more day
this morning, waking the world away
in the violent day.
WAKING THIS MORNING. In: MURIEL RUKEYSER A LIVING ARCHIVE. Disponível em: < http://murielrukeyser.emuenglish.org/writing/waking-this-morning/>. Acesso em: 20. Jun. 2015.
EM NOSSO TEMPO
Na nossa época, dizem que há liberdade de expressão.
Dizem que não há castigo para os poetas,
não há castigo por se escrever poemas.
Isto é o que dizem. Este é o castigo.
Traduzido e postado no blog trapézio sem rede. Disponível em:
IN OUR TIME
In our period, they say there is free speech.
They say there is no penalty for poets,
There is no penalty for writing poems.
They say this. This is the penalty.
IN OUR TIME. In: Daily Motion Disponível em:
MITO
Muito tempo depois, Édipo, velho e cego, vagava
pelos caminhos. Sentiu um cheiro familiar. Era
a Esfinge. Édipo disse, “Quero fazer uma pergunta.
por que não reconheci minha mãe?” “Deste a
resposta errada”, disse a Esfinge. “Era a
única resposta certa”, respondeu Édipo. “Não”, ela disse.
“Quando perguntei, quem caminha em quatro patas pela manhã
duas ao meio-dia e três no entardecer, tu respondeste
o Homem. Não disseste nada sobre a mulher.”
“quando dizes Homem”, replicou Édipo, “incluis mulheres
também. Todos sabem disso.” Ela disse, “Isso é o que
tu acreditas”.
Traduzido por Dalcin Lima aos 20 de junho de 2015.
MYTH
Long afterward, Oedipus, old and blinded, walked the
roads. He smelled a familiar smell. It was
the Sphinx. Oedipus said, “I want to ask one question.
Why didn’t I recognize my mother?” “You gave the
wrong answer,” said the Sphinx. “But that was what
made everything possible,” said Oedipus. “No,” she said.
“When I asked, What walks on four legs in the morning,
two at noon, and three in the evening, you answered,
Man. You didn’t say anything about woman.”
“When you say Man,” said Oedipus, “you include women
too. Everyone knows that.” She said, “That’s what
you think.”
MYTH. In: MURIEL RUKEYSER A LIVING ARCHIVE. Disponível em:
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