A ESTRADA NÃO TRILHADA
Num bosque, em pleno outono, a estrada bifurcou-se,
mas, sendo um só, só um caminho eu tomaria.
Assim, por longo tempo eu ali me detive,
e um deles observei até um longe declive
no qual, dobrando, desaparecia…
Porém tomei o outro, igualmente viável,
e tendo mesmo um atrativo especial,
pois mais ramos possuía e talvez mais capim,
embora, quanto a isso, o caminhar, no fim,
os tivesse marcado por igual.
E ambos, nessa manhã, jaziam recobertos
de folhas que nenhum pisar enegrecera.
O primeiro deixei, oh, para um outro dia!
E, intuindo que um caminho outro caminho gera,
duvidei se algum dia eu voltaria.
Isto eu hei de contar mais tarde, num suspiro,
nalgum tempo ou lugar desta jornada extensa:
a estrada divergiu naquele bosque – e eu
segui pela que mais ínvia me pareceu,
e foi o que fez toda a diferença.
Tradução de Tradução: Renato Suttana. In: Entre Culturas. Disponível em: < http://www.entreculturas.com.br/2011/05/robert-frost-a-estrada-nao-trilhada/>. Acesso em 13. Abr. 2016.
THE ROAD NOT TAKEN
Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.
THE ROAD NOT TAKEN. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poem/173536>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
FOGO E GELO
Uns dizem que o mundo acabará em fogo,
Uns dizem que vai ser em gelo.
Do que eu pude provar do desejo
Alinho com os que são a favor do fogo.
Mas se tivesse que perecer com os dois
Penso que conheço suficiente o ódio
Para dizer que a glacial destruição
É igualmente intensa
E também suficiente
Tradução de Pablo Capistrano. In: Pablo Capistrano. Diponível em:< http://www.pablocapistrano.com.br/2012/12/16/fogo-e-gelo-um-poema-para-o-fim-do-mundo/>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
FIRE AND ICE
Some say the world will end in fire,
Some say in ice.
From what I’ve tasted of desire
I hold with those who favour fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.
FIRE AND ICE. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poem/173527 >. Acesso em; 13. Abr. 2016.
À BEIRA DA MATA NUMA NOITE DE NEVE
Sei quem é o dono dessa mata, por certo
Mora na cidade e não aqui por perto;
Não terá então como me ver neste lugar
A olhar seu bosque totalmente coberto.
O meu cavalo começa a estranhar
Assim, parado, no meio do mato ficar
Entre as árvores nevadas e o lago gelado
Na noite mais densa do ano a findar.
Ele chacoalha os sinos dos arreios, agitado
Como se a mim perguntasse se há algo errado.
O outro único som que conseguimos ouvir
É o dos flocos caindo e do vento soprado.
O bosque é imenso, adorável, treva a sorrir.
Mas ainda tenho promessas a cumprir,
E muito chão para correr antes de dormir,
E muito chão para correr antes de dormir.
Tradução de Dirlen Loyolla. In: Poemas de Robert Frost. Disponível em. Acesso em: 13. Abr. 2016.
STOPPING BY WOODS ON A SNOWY EVENING
Whose woods these are I think I know.
His house is in the village though;
He will not see me stopping here
To watch his woods fill up with snow.
My little horse must think it queer
To stop without a farmhouse near
Between the woods and frozen lake
The darkest evening of the year.
He gives his harness bells a shake
To ask if there is some mistake.
The only other sound’s the sweep
Of easy wind and downy flake.
The woods are lovely, dark and deep,
But I have promises to keep,
And miles to go before I sleep,
And miles to go before I sleep.
STOPPING BY WOODS ON A SNOWY EVENING. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poem/171621>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
SEMEANDO
Vens me tirar de meu noturno ofício
À hora certa do jantar; mas, verás,
Não poderás impedir-me o vício
De enterrar, da macieira, as pétalas
(simples pétalas, sim, mas não sozinhas,
misturadas que estão ao feijão e ao milho)
E te fazer esquecer o que te traz
Aqui e te tornar, assim, tão isso,
Similar a mim, amante da terra.
Sim, o Amor está no semear e nisso
De esperar e ver brotar aquelas
Que vão manchar, daninhas, o solo difícil
Da arqueada e forte muda, pequena dona
De ombros que empurram as coisas da terra.
Tradução de Dirlen Loyolla. In: Poemas de Robert Frost. Disponível em. Acesso em: 13. Abr. 2016.
PUTTING IN THE SEED
You come to fetch me from my work to-night
When supper’s on the table, and we’ll see
If I can leave off burying the white
Soft petals fallen from the apple tree.
(Soft petals, yes, but not so barren quite,
Mingled with these, smooth bean and wrinkled pea;)
And go along with you ere you lose sight
Of what you came for and become like me,
Slave to a springtime passion for the earth.
How Love burns through the Putting in the Seed
On through the watching for that early birth
When, just as the soil tarnishes with weed,
The sturdy seedling with arched body comes
Shouldering its way and shedding the earth crumbs.
PUTTING IN THE SEED. In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/putting-seed>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
CONSERTANDO O MURO
Tem algo ali que não gosta de muros,
Que incha o chão gelado embaixo deles
E põe abaixo as pedras sob o sol;
E cria brechas onde passam dois.
O caçador possui outro trabalho:
Venho logo depois dele e conserto
Onde não ficou pedra sobre pedra ―
Mas ele quer que o coelhinho saia
Da toca e agrade os cães. Essas tais brechas
Ninguém sabe dizer quem fez nem como,
Mas, quando é primavera, tão aí.
Faço com que o vizinho lá do monte
Saiba; e um dia saímos para erguer,
De novo, o muro entre nós. Mantemos
O muro enquanto nós vamos embora.
A cada qual, as pedras que caíram
Do seu lado. As mais gordas nós usamos
Magia pra mantê-las no lugar:
"Fiquem aí até que eu dê as costas!"
A mão enche de calos só de erguê-las.
Oh, é só mais outro jogo ao ar livre,
Um aqui, outro ali. Só um pouco além:
Lá onde não são necessários muros:
Ele só tem pinheiros, e eu, maçãs.
Minhas maçãs jamais irão comer
As pinhas dos pinheiros dele, eu digo.
"Cerca boa faz bons vizinhos", diz.
A primavera então me atazana e
Me faz pensar se posso convencê-lo:
"Porquê faz bons vizinhos? Não é só
Onde tem vacas? Mas aqui não tem!
Antes de erguer um muro, só me diga
Contra quem, contra o quê eu ergo o muro,
E a quem eu possa vir a ofender com isso.
Tem algo ali que não gosta de muros.
Quer derrubá-los." "Duendes", eu diria,
Mas não é isso... Fosse ele que dissesse,
Seria melhor. Vi ele trazendo
Uma pedra bem firme em cada mão,
Como se fosse um primitivo armado.
Pra mim ele parece andar no escuro,
Não em bosques ou mesmo em sombra de árvores.
Ele não seguirá o que o pai disse.
Feliz por ter pensado nessa frase,
Rediz, "Cerca boa faz bons vizinhos."
Tradução de Matheus Mavericco. In: Matheus Mavericco Blogspot. Disponível em< http://matheusmavericco.blogspot.com.br/2014/11/consertando-o-muro-de-robert-frost.html >. Acesso em: 13. Abr. 2016.
MENDING WALL
Something there is that doesn’t love a wall,
That sends the frozen-ground-swell under it,
And spills the upper boulders in the sun;
And makes gaps even two can pass abreast.
The work of hunters is another thing:
I have come after them and made repair
Where they have left not one stone on a stone,
But they would have the rabbit out of hiding,
To please the yelping dogs. The gaps I mean,
No one has seen them made or heard them made,
But at spring mending-time we find them there.
I let my neighbor know beyond the hill;
And on a day we meet to walk the line
And set the wall between us once again.
We keep the wall between us as we go.
To each the boulders that have fallen to each.
And some are loaves and some so nearly balls
We have to use a spell to make them balance:
‘Stay where you are until our backs are turned!'
We wear our fingers rough with handling them.
Oh, just another kind of outdoor game,
One on a side. It comes to little more:
There where it is we do not need the wall:
He is all pine and I am apple orchard.
My apple trees will never get across
And eat the cones under his pines, I tell him.
He only says, ‘Good fences make good neighbors.'
Spring is the mischief in me, and I wonder
If I could put a notion in his head:
'Why do they make good neighbors? Isn’t it
Where there are cows? But here there are no cows.
Before I built a wall I’d ask to know
What I was walling in or walling out,
And to whom I was like to give offense.
Something there is that doesn’t love a wall,
That wants it down.' I could say ‘Elves’ to him,
But it’s not elves exactly, and I’d rather
He said it for himself. I see him there
Bringing a stone grasped firmly by the top
In each hand, like an old-stone savage armed.
He moves in darkness as it seems to me,
Not of woods only and the shade of trees.
He will not go behind his father’s saying,
And he likes having thought of it so well
He says again, ‘Good fences make good neighbors.'
MENDING WALL. In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/mending-wall>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
Num bosque, em pleno outono, a estrada bifurcou-se,
mas, sendo um só, só um caminho eu tomaria.
Assim, por longo tempo eu ali me detive,
e um deles observei até um longe declive
no qual, dobrando, desaparecia…
Porém tomei o outro, igualmente viável,
e tendo mesmo um atrativo especial,
pois mais ramos possuía e talvez mais capim,
embora, quanto a isso, o caminhar, no fim,
os tivesse marcado por igual.
E ambos, nessa manhã, jaziam recobertos
de folhas que nenhum pisar enegrecera.
O primeiro deixei, oh, para um outro dia!
E, intuindo que um caminho outro caminho gera,
duvidei se algum dia eu voltaria.
Isto eu hei de contar mais tarde, num suspiro,
nalgum tempo ou lugar desta jornada extensa:
a estrada divergiu naquele bosque – e eu
segui pela que mais ínvia me pareceu,
e foi o que fez toda a diferença.
Tradução de Tradução: Renato Suttana. In: Entre Culturas. Disponível em: < http://www.entreculturas.com.br/2011/05/robert-frost-a-estrada-nao-trilhada/>. Acesso em 13. Abr. 2016.
THE ROAD NOT TAKEN
Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.
THE ROAD NOT TAKEN. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poem/173536>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
FOGO E GELO
Uns dizem que o mundo acabará em fogo,
Uns dizem que vai ser em gelo.
Do que eu pude provar do desejo
Alinho com os que são a favor do fogo.
Mas se tivesse que perecer com os dois
Penso que conheço suficiente o ódio
Para dizer que a glacial destruição
É igualmente intensa
E também suficiente
Tradução de Pablo Capistrano. In: Pablo Capistrano. Diponível em:< http://www.pablocapistrano.com.br/2012/12/16/fogo-e-gelo-um-poema-para-o-fim-do-mundo/>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
FIRE AND ICE
Some say the world will end in fire,
Some say in ice.
From what I’ve tasted of desire
I hold with those who favour fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.
FIRE AND ICE. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poem/173527 >. Acesso em; 13. Abr. 2016.
À BEIRA DA MATA NUMA NOITE DE NEVE
Sei quem é o dono dessa mata, por certo
Mora na cidade e não aqui por perto;
Não terá então como me ver neste lugar
A olhar seu bosque totalmente coberto.
O meu cavalo começa a estranhar
Assim, parado, no meio do mato ficar
Entre as árvores nevadas e o lago gelado
Na noite mais densa do ano a findar.
Ele chacoalha os sinos dos arreios, agitado
Como se a mim perguntasse se há algo errado.
O outro único som que conseguimos ouvir
É o dos flocos caindo e do vento soprado.
O bosque é imenso, adorável, treva a sorrir.
Mas ainda tenho promessas a cumprir,
E muito chão para correr antes de dormir,
E muito chão para correr antes de dormir.
Tradução de Dirlen Loyolla. In: Poemas de Robert Frost. Disponível em
STOPPING BY WOODS ON A SNOWY EVENING
Whose woods these are I think I know.
His house is in the village though;
He will not see me stopping here
To watch his woods fill up with snow.
My little horse must think it queer
To stop without a farmhouse near
Between the woods and frozen lake
The darkest evening of the year.
He gives his harness bells a shake
To ask if there is some mistake.
The only other sound’s the sweep
Of easy wind and downy flake.
The woods are lovely, dark and deep,
But I have promises to keep,
And miles to go before I sleep,
And miles to go before I sleep.
STOPPING BY WOODS ON A SNOWY EVENING. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poem/171621>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
SEMEANDO
Vens me tirar de meu noturno ofício
À hora certa do jantar; mas, verás,
Não poderás impedir-me o vício
De enterrar, da macieira, as pétalas
(simples pétalas, sim, mas não sozinhas,
misturadas que estão ao feijão e ao milho)
E te fazer esquecer o que te traz
Aqui e te tornar, assim, tão isso,
Similar a mim, amante da terra.
Sim, o Amor está no semear e nisso
De esperar e ver brotar aquelas
Que vão manchar, daninhas, o solo difícil
Da arqueada e forte muda, pequena dona
De ombros que empurram as coisas da terra.
Tradução de Dirlen Loyolla. In: Poemas de Robert Frost. Disponível em
PUTTING IN THE SEED
You come to fetch me from my work to-night
When supper’s on the table, and we’ll see
If I can leave off burying the white
Soft petals fallen from the apple tree.
(Soft petals, yes, but not so barren quite,
Mingled with these, smooth bean and wrinkled pea;)
And go along with you ere you lose sight
Of what you came for and become like me,
Slave to a springtime passion for the earth.
How Love burns through the Putting in the Seed
On through the watching for that early birth
When, just as the soil tarnishes with weed,
The sturdy seedling with arched body comes
Shouldering its way and shedding the earth crumbs.
PUTTING IN THE SEED. In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/putting-seed>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
CONSERTANDO O MURO
Tem algo ali que não gosta de muros,
Que incha o chão gelado embaixo deles
E põe abaixo as pedras sob o sol;
E cria brechas onde passam dois.
O caçador possui outro trabalho:
Venho logo depois dele e conserto
Onde não ficou pedra sobre pedra ―
Mas ele quer que o coelhinho saia
Da toca e agrade os cães. Essas tais brechas
Ninguém sabe dizer quem fez nem como,
Mas, quando é primavera, tão aí.
Faço com que o vizinho lá do monte
Saiba; e um dia saímos para erguer,
De novo, o muro entre nós. Mantemos
O muro enquanto nós vamos embora.
A cada qual, as pedras que caíram
Do seu lado. As mais gordas nós usamos
Magia pra mantê-las no lugar:
"Fiquem aí até que eu dê as costas!"
A mão enche de calos só de erguê-las.
Oh, é só mais outro jogo ao ar livre,
Um aqui, outro ali. Só um pouco além:
Lá onde não são necessários muros:
Ele só tem pinheiros, e eu, maçãs.
Minhas maçãs jamais irão comer
As pinhas dos pinheiros dele, eu digo.
"Cerca boa faz bons vizinhos", diz.
A primavera então me atazana e
Me faz pensar se posso convencê-lo:
"Porquê faz bons vizinhos? Não é só
Onde tem vacas? Mas aqui não tem!
Antes de erguer um muro, só me diga
Contra quem, contra o quê eu ergo o muro,
E a quem eu possa vir a ofender com isso.
Tem algo ali que não gosta de muros.
Quer derrubá-los." "Duendes", eu diria,
Mas não é isso... Fosse ele que dissesse,
Seria melhor. Vi ele trazendo
Uma pedra bem firme em cada mão,
Como se fosse um primitivo armado.
Pra mim ele parece andar no escuro,
Não em bosques ou mesmo em sombra de árvores.
Ele não seguirá o que o pai disse.
Feliz por ter pensado nessa frase,
Rediz, "Cerca boa faz bons vizinhos."
Tradução de Matheus Mavericco. In: Matheus Mavericco Blogspot. Disponível em< http://matheusmavericco.blogspot.com.br/2014/11/consertando-o-muro-de-robert-frost.html >. Acesso em: 13. Abr. 2016.
MENDING WALL
Something there is that doesn’t love a wall,
That sends the frozen-ground-swell under it,
And spills the upper boulders in the sun;
And makes gaps even two can pass abreast.
The work of hunters is another thing:
I have come after them and made repair
Where they have left not one stone on a stone,
But they would have the rabbit out of hiding,
To please the yelping dogs. The gaps I mean,
No one has seen them made or heard them made,
But at spring mending-time we find them there.
I let my neighbor know beyond the hill;
And on a day we meet to walk the line
And set the wall between us once again.
We keep the wall between us as we go.
To each the boulders that have fallen to each.
And some are loaves and some so nearly balls
We have to use a spell to make them balance:
‘Stay where you are until our backs are turned!'
We wear our fingers rough with handling them.
Oh, just another kind of outdoor game,
One on a side. It comes to little more:
There where it is we do not need the wall:
He is all pine and I am apple orchard.
My apple trees will never get across
And eat the cones under his pines, I tell him.
He only says, ‘Good fences make good neighbors.'
Spring is the mischief in me, and I wonder
If I could put a notion in his head:
'Why do they make good neighbors? Isn’t it
Where there are cows? But here there are no cows.
Before I built a wall I’d ask to know
What I was walling in or walling out,
And to whom I was like to give offense.
Something there is that doesn’t love a wall,
That wants it down.' I could say ‘Elves’ to him,
But it’s not elves exactly, and I’d rather
He said it for himself. I see him there
Bringing a stone grasped firmly by the top
In each hand, like an old-stone savage armed.
He moves in darkness as it seems to me,
Not of woods only and the shade of trees.
He will not go behind his father’s saying,
And he likes having thought of it so well
He says again, ‘Good fences make good neighbors.'
MENDING WALL. In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/mending-wall>. Acesso em: 13. Abr. 2016.
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