Marianne Moore (1887-1972) foi uma poeta americana que também desenvolveu as atividades de editora, revisora e tradutora. Sua poesia é uma mistura de criaturas e coisas exóticas e comuns, apresentadas de uma maneira sem rodeios e imaginativamente divertida.
Marianne Moore foi uma das mais interessantes poetas que escreveram em inglês no século XX. É impossível compará-la com outros poetas porque ela era muito especial — uma fabulista cujos animais permaneciam animais, uma torcedora de baseball e uma adoradora de raridades de museu, de mobília de escritório, de cientistas e personagens bíblicos. Suas personificações poéticas definem uma observação e uma linguagem precisas, uma métrica silábica e uma rima suave, o fluxo de falar de americanos cultos e de formas únicas. Seu método experimental, todavia, serviu para valores tradicionais, pois Marianne foi uma moralista, ciente de que ela mesma era por demais didática.
Marianne Moore nasceu perto de Saint Louis, Missouri, no dia 15 de novembro de 1887, na residência paroquial do seu avô materno presbiteriano. Sua mãe tinha ido morar ali com o irmão da poeta após o colapso nervoso de marido. Quando o avô de Marianne morreu um 1894, sua mãe e suas duas crianças ficaram temporariamente com parentes. Em 1896 mudaram-se para Carlisle, Pensilvânia, onde a mãe de Marianne ensinou no Instituto Metzger. Marianne estudou lá e no recreio fazia esboços, andava de bicicleta e jogava tênis. Na Faculdade Bryn Mawr, ela se graduou em ciências sociais e contribuiu para a revista literária da instituição. Após a graduação em 1909, ela estudou datilografia na Faculdade Comercial Carlisle, com um olhar voltado para o jornalismo, mas, em vez disso, após um verão na Europa, ensinou matérias comerciais na Escola Índia de Carlisle (1911-1915).
Os primeiros poemas de Marianne Moore apareceram publicamente em 1915. No ano seguinte, ela e sua mãe juntaram-se a seu irmão em Chatham, Nova Jersey, onde ele começara seu ministério presbiterianao. Entretanto os poemas de Marianne eram publicados numa variedade de “pequenas” revistas. Frequentemente estes poemas eram pequenas letras ou considerações sobre escritores admirados ou personagens bíblicas. O poema "George Moore" é característico em sua estrutura, forma visual angular, metro silábico e rima. Trata-se de uma composição simétrica, contendo treze versos, seis versos levando ao sétimo central e seis levando, duplicando a contagem da sílaba e rimas dos primeiros seis, mas em reverso.
Em 1918 Marianne e sua mãe mudaram-se para Greenwich Village na Cidade de Nova York, onde a poeta trabalhou na Biblioteca Pública de Nova York. Ela começou, nessa época, a conquistar amigos literatos tais como William Carlos Williams, Alfred Kreymborg e Wallace Stevens. Ela se tornou também colaboradora do Dial, então a mais distintiva revista literária na América.
Em 1921 Winifred Ellerman (conhecida como Bryher), uma novelista aspirante inglesa, e Hilda Doolittle (H.D.), um poeta americana expatriada, imprimiram os poemas de Marianne em Londres como uma surpresa de amigos. O título de "The Fish" (O Peixe), de maneira interessante, aflui do primeiro verso do poema. "The Fish" também mostra sua excêntrica parelha de versos de Marianne Moore, sempre hifenizando os fins dos versos, com uma rima suave, e com uma métrica silábica, sempre rimada. Mas o volume mostra uma destreza avançada em sustentar um tom coloquial e uma maior convicção em seu próprio gosto e experiências como em "When I Buy Pictures", (Quando Eu Compro Quadros), "Picking and Choosing" (Colhendo e Escolhendo) e "Poetry" (Poesia). Em "Poetry" ela exprime sua aversão por “toda esta especulação” sobre a poesia, referindo-se aos poetas como “literatos da imaginação”.
Marriage (1923) (Casamento), um monólogo em verso branco de aproximadamente 300 versos, é uma mistura de citações, alusões e ironias. Observations (1924) (Observações), que ganhou o anual Dial Award (Prêmio Dial), mostra um marcante crescimento do verso livre entre os novos poemas, como por exemplo, em "Silence" (Silêncio), "Bowls" (Partida de Boliche) e "An Octopus" (Um Polvo). O último, um extenso comentário, está ambientado numa geleira – denominada parque nacional rico em lições de adaptações por formas nativas de vida tais como os ponies pintos tornados selvagens: "the cavalcade of calico competing/ with the original American menagerie of styles" (a cavalgada de malhados competindo / com o original americano da mistura variada de estilos”).
Em 1925, Marianne Moore tornou-se editora efetiva da Dial de 1926 até cessarem as atividades da revista em 1929. Naquele ano, ela resumiu sua carreira como uma poeta e revisora e mudou-se com sua mãe para o Brooklyn para ficar próxima de seu irmão, que tinha sido transferido para o depósito da marinha que ficava lá.
Em Selected Poems (1935) (Poemas Selecionados), Marianne renunciou ao verso livre. Todos os novos poemas na coleção empregam rima e verso com contagem de sílabas. "Part of a Novel, Part of a Poem, Part of a Play" (Parte de um Romance, Parte de um Poema, Parte de uma Peça) é um poema em três partes mostrando um alpinista, um estudante aspirante, o herói Washington e um ilustre guia negro no Monte Vernon. "The Jereboa" (A Jereboa) usa um rato egípcio para contrastar capacidade defensiva e o excesso de frugalidade com a luxúria e abundância. "No Swan So Fine" (Não há Cisne tão Belo) aponta uma moral aliada que forma um objeto de arte.
O poema título de The Pangolin and Other Poems (1936) (O Pangolin e Outros Poemas) chega a valores através de um anteater (mamífero que se alimenta de formigas). Um grupo de poemas sobre a Virgínia encontra virtudes e vícios na natureza e num homem tornado fenômeno. Estes e outros não selecionados poemas reúnem-se em What Are Years? (1941) (Que São Anos?). O poema título faz alusão a Primeira Guerra Mundial e o volume termina com "The Paper Nautilus" (O Paper Nautilus) que declara que o amor é a melhor esperança da vida.
Nevertheless (1944) (Entretanto) contém "In Distrust of Merit" (Na Desconfiança do Mérito), um eloquente comentário sobre a guerra e a vergonha de Marianne que "I inwardly did nothing" (Eu intimamente não fiz nada). "The Mind Is an Enchanting Thing" (A Mente é uma Coisa Encantadora) é uma deliciosa cascata de imaginário e a ideia no qual o objeto e o maneira são um só.
Em 1946 Marianne começou a sua longa tarefa em traduzir as Fábulas de La Fontaine. Seus Collected Poems (Poemas Colecionados) apareceram em 1951 e no ano seguinte ela ganhou um Pulitzer Prize (Prêmio Pulitzer), o National Book Award (Prêmio Nacional do Livro) e o Bollingen Prize (Prêmio Bollingen). Ela publicou sua tradução de As Fábulas de La Fontaine em 1954. Como todos os tradutores criativos, ela penetrou no original e, às vezes, a única certeza não é de La Fontaine, mas da destreza, linguagem e imagem criados por Marianne Moore.
Predilections (1955) (Predileções), uma seleção de ensaios e revisões de Marianne, demonstra que ela foi uma das melhores críticas informais de sua época. Como em sua poesia, sua ânsia é afirmar. Outros volumes vieram a lume, cada apresentando ou recordando obras importantes em 1956, 1959, 1961 e 1966. The Complete Poems of Marianne Moore (Os Poemas Completo de Marianne Moore) foram publicados em 1967. Marianne Moore faleceu no dia 5 de fevereiro de 1972, em Nova York.
A obra poética de Marianne Moore compreende: Poems (Poemas), Egoist Press, 1921, publicado com adições como Observations (Observações), Dial, 1924; Selected Poems (Poemas Selecionados), introdução de T. S. Eliot, Macmillan, 1935; Pangolin, and Other Verse: Five Poems (Pangolin e Outro Verso: Cinco Poemas), Brendin, 1936; What Are Years and Other Poems (O que São Anos e Outros Poemas), Macmillan, 1941; Nevertheless (Entretanto), Macmillan, 1944; Collected Poems (Poemas Colecionados), Macmillan, 1951; Like a Bulwark (Como um Bastião), Viking, 1956; O to Be a Dragon (Oh Ser Um Dragão), Viking, 1959; A Marianne Moore Reader (Um Leitor de Marianne Moore), Viking, 1961; The Arctic Ox (O Touro do Ártico), Faber, 1964; A Talisman (Um Talismã), Adams House, 1965; Tell Me, Tell Me: Granite, Steel, and Other Topics (poetry and prose) (Diga Me, Diga me: Granito, Aço e Outros Tópicos) (poesia e prosa), Viking, 1966; The Complete Poems of Marianne Moore (Os Poemas Completos de Marianne Moore), Macmillan, 1967, Penguin, 1987; Selected Poems (Poemas Selecionados), Faber, 1969; Unfinished Poems (Poemas Incompletos), P. H. and A.S.W. Rosenbach Foundation, 1972.
Perfil bibliográfico elaborado por Dalcin Lima, em 15 de fevereiro de 2015, a partir do texto publicado no site Your Dictionary.
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