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OITO POEMAS DE EDWIN ARLINGTON ROBINSON


MINIVER CHEEVY


Miniver Cheevy, filho do desdém,
Tornou-se magro injuriando as estações;
Chorou por haver nascido,
E tinha muitos motivos para isso.

Miniver amava os dias passados,
Quando as espadas brilhavam e os corcéis empinavam-se;
A visão de um guerreiro audaz
Fazia-o dançar.

Miniver suspirava pelo que não era,
E sonhava, e descansava de seus afazeres;
Sonhava com Tebas e Camelot,
E sonhava ainda com os vizinhos de Príamo.

Miniver lamentava a embriagante reputação
Que fez de muitos um nome tão fragrante;
Lamentava o Romance, agora na vila,
E da Arte, um saltimbanco.

Miniver amava os Medici,
Apesar de nunca ter visto um;
Teria pecado incessantemente
Para que pudesse ser um.

Miniver amaldiçoava a banal
E olhava com aversão um terno cáqui;
Sentia falta da graça medieval
Das armaduras de ferro.

Miniver desprezava a riqueza que buscava
Mas triste ficava com a falta dela;
Miniver pensava, pensava, pensava
E pensava sobre isso.

Miniver Cheevy, nascido muito tarde,
Coçava a cabeça e continuava pensando
Miniver tossiu e chamou isso de destino.
E continuou bebendo, bebendo.

Tradução de Dalcin Lima aos 19 de junho de 2016.


MINIVER CHEEVY


Miniver Cheevy, child of scorn,
Grew lean while he assailed the seasons;
He wept that he was ever born,
And he had reasons.

Miniver loved the days of old
When swords were bright and steeds were prancing;
The vision of a warrior bold
Would set him dancing.

Miniver sighed for what was not,
And dreamed, and rested from his labors;
He dreamed of Thebes and Camelot,
And Priam’s neighbors.

Miniver mourned the ripe renown
That made so many a name so fragrant;
He mourned Romance, now on the town,
And Art, a vagrant.

Miniver loved the Medici,
Albeit he had never seen one;
He would have sinned incessantly
Could he have been one.

Miniver cursed the commonplace
And eyed a khaki suit with loathing;
He missed the mediæval grace
Of iron clothing.

Miniver scorned the gold he sought,
But sore annoyed was he without it;
Miniver thought, and thought, and thought,
And thought about it.

Miniver Cheevy, born too late,
Scratched his head and kept on thinking;
Miniver coughed, and called it fate,
And kept on drinking.

MINIVER CHEEVY. In: Poetry Foundation. Disponível em: < http://www.poetryfoundation.org/poems-and-poets/poems/detail/44978>. Acesso em: 19. Jun. 2016.


OS CLÉRIGOS


Não pensei que podia encontrá-los alí
Quando retornara; mas permaneciam naquele lugar
Iguais aos dias em que sonhavam com o sangue jovem
Que estava em seus rostos e as mulheres chamava-os de belos.
Com certeza, encontraram-me com um ar antigo, —
E sim, havia um velho traje uma irmandade
Ao redor deles, mas os homens eram tão bons
E tão humanos como sempre foram.

Tu que desejas tanto ser sublime,
E vós que vos alimenteis com a própria linhagem,
O que vem de vossas ilusões e temores?
Poetas e reis passam, mas os clérigos do Tempo
Estão sempre empilhando o mesmo escuro pano do descontentamento,
Apertando o mesmo triste encaixe dos anos.

Tradução do original por Dalcin Lima, aos 19 de junho de 2016, baseado na versão espanhola de Alfredo Casey. In: otra iglesia es imposible. Disponível em:< http://campodemaniobras.blogspot.com.br/2014/10/edwin-arlington-robinson-dos-poemas.html>. Acesso em: 19. Jun. 2016.


THE CLERKS


I did not think that I should find them there
When I came back again; but there they stood,
As in the days they dreamed of when young blood
Was in their cheeks and women called them fair.
Be sure, they met me with an ancient air,—
And yes, there was a shop-worn brotherhood
About them; but the men were just as good,
And just as human as they ever were.

And you that ache so much to be sublime,
And you that feed yourselves with your descent,
What comes of all your visions and your fears?
Poets and kings are but the clerks of Time,
Tiering the same dull webs of discontent,
Clipping the same sad alnage of the years.

THE CLERKS. In: beardedpoet. Disponível em:< https://beardedpoet.wordpress.com/2012/10/08/the-clerks-by-edward-arlington-robinson/>. Acesso em: 19. Jun. 2016.


O JARDIM


Há um jardim sem cerca bem crescido
Com sementes e flores e toda sorte de folhas;
E uma vez, entre rosas e roldanas,
O jardineiro e eu estávamos sozinhos.
Ele me levou até o enredo onde eu tinha lançado
A erva-doce dos meus dias na terra estéril,
E na desordem das ervas daninhas tristes encontrei
O fruto de uma vida que era minha própria existência.

Minha vida! Ah, sim, havia minha vida, sem dúvida!
E aí estavam todas as vidas da humanidade;
E era como um livro que eu podia ler,
Com cada folha, milagrosamente assinalada,
Inscrita em si mesma a semente eterna do Pensamento,
Arraigada por amor no jardim da mente de Deus.

Tradução de Dalcin Lima aos 19 de junho de 2016.


THE GARDEN


There is a fenceless garden overgrown
With buds and blossoms and all sorts of leaves;
And once, among the roses and the sheaves,
The Gardener and I were there alone.
He led me to the plot where I had thrown
The fennel of my days on wasted ground,
And in that riot of sad weeds I found
The fruitage of a life that was my own.

My life! Ah, yes, there was my life, indeed!
And there were all the lives of humankind;
And they were like a book that I could read,
Whose every leaf, miraculously signed,
Outrolled itself from Thought’s eternal seed.
Love-rooted in God’s garden of the mind.

THE GARDEN. In: Bartleby.com. Disponível em:< http://www.bartleby.com/233/220.html>. Acesso em: 19. Jun. 2016.


BASTANTE CAFÉ


Juntas na infinita sombra
Desafiam a invencível aurora,
A Medida que nunca se fez,
A Linha que nunca se traçou.

Tradução de Dalcin Lima aos 19 de junho de 2016.


TOO MUCH COFFEE


Together in infinite shade
They defy the invincible dawn:
The Measure that never was made,
The Line that never was drawn.

TOO MUCH COFFEE. In: Frases para Wasap. Disponivel em:< http://frasesparawasap.blogspot.com.br/2004/09/poem-edwin-arlington-robinson-too-much.html>. Acesso em: 19. Jun. 2016.

QUERIDOS AMIGOS


Queridos amigos, não me reproveis pelo que faço,
Não me aconselheis, nem de mim se compadecei; nem dizei
Que estou desperdiçando a metade de minha vida
Por um trabalho errático que apenas os todos perseguem.

E se meus lamentos são pequenos para vós,
Soprareis para torná-las maiores que as vossas próprias: os jogos que participamos
Para satisfazer os fragmentados minutos do dia,
Os bons objetivos são os que se leem através do espírito.

E aqueles que o percebam se dotarão de uma habilidade astuta;
E uma certa e depreciativa renúncia escassamente fértil,
Louvar exatamente aquele que deploram,
Assim, amigos (queridos amigos), recordai, se podeis
A vergonha que ganhei por cantar é toda minha,
O ouro que perdi por sonhar é todo vosso.

Tradução do original por Dalcin Lima, aos 19 de junho de 2016, a partir da versão espanhola contida no site Frases para Wasap. Disponivel em:< http://frasesparawasap.blogspot.com.br/2004/09/poem-edwin-arlington-robinson-dear.html>. Acesso em: 19. Jun. 2016.


DEAR FRIENDS


Dear friends, reproach me not for what I do,
Nor counsel me, nor pity me; nor say
That I am wearing half my life away
For bubble-work that only fools pursue.

And if my bubbles be too small for you,
Blow bigger then your own: the games we play
To fill the frittered minutes of a day,
Good glasses are to read the spirit through.

And whose reads may get him some shrewd skill;
And some unprofitable scorn resign,
To praise the very thing that he deplores;
So, friends (dear friends), remember, if you will,
The shame I win for singing is all mine,
The gold I miss for dreaming is all yours.

DEAR FRIENDS. In: Frases para Wasap. Disponivel em:< http://frasesparawasap.blogspot.com.br/2004/09/poem-edwin-arlington-robinson-dear.html>. Acesso em: 19. Jun. 2016.

LUKE HAVERGAL


Vai o portão ocidental, Luke Havergal.
Lá onde as parreiras agarram-se carmesins ao muro,
Espera, ao crepúsculo, pelo que há de vir.
As folhas dela murmurarão e algumas,
Com palavras esvoaçantes, impressionar-te-ão ao cair.
E se, porém, escutares que ela te chama, vai.
Vai o portão ocidental, Luke Havergal —
Luke Havergal.

Não, não há aurora nos céus orientais
A fender a noite ígnea que está nos teus olhos;
Mas há, onde as sombras ocidentais se juntam,
Se por alguma coisa a escuridão destruir a escuridão,
Deus imolar-se-á a si mesmo com cada folha que voa,
E o inferno não há de ser mais que metade do paraíso.
Não, não há aurora nos céus orientais —
Nos céus orientais.

Do túmulo eu venho para dizer-te isto,
Do túmulo eu venho para apagar o beijo
Que flameja na tua fronte com um incandescer
Que te cega do caminho que deves seguir.
Sim, há, todavia, um carinho até onde encontra-se ela;
Amargo, mas o único que a fé jamais omitirá.
Do túmulo eu venho para dizer-te isto —
Para dizer-te isto.

Há o portão ocidental, Luke Havergal,
Há folhas carmesins no muro.
Vai, pois os ventos arrancam-nas —
Não creia decifrar as palavras mortas que elas dizem
Nem senti-las mas enquanto caem;
Mas vai se crês nela, ela há de chamar-te.
Há o portão ocidental, Luke Havergal —
Luke Havergal.

Traduzido por Dalcin Lima aos 09 de março de 2010.


LUKE HAVERGAL


Go to the western gate, Luke Havergal,
There where the vines cling crimson on the wall,
And in the twilight wait for what will come.
The leaves will whisper there of her, and some,
Like flying words, will strike you as they fall;
But go, and if you listen she will call.
Go to the western gate, Luke Havergal—
Luke Havergal.

No, there is not a dawn in eastern skies
To rift the fiery night that’s in your eyes;
But there, where western glooms are gathering,
The dark will end the dark, if anything:
God slays Himself with every leaf that flies,
And hell is more than half of paradise.
No, there is not a dawn in eastern skies—
In eastern skies.

Out of a grave I come to tell you this,
Out of a grave I come to quench the kiss
That flames upon your forehead with a glow
That blinds you to the way that you must go.
Yes, there is yet one way to where she is,
Bitter, but one that faith may never miss.
Out of a grave I come to tell you this—
To tell you this.

There is the western gate, Luke Havergal,
There are the crimson leaves upon the wall.
Go, for the winds are tearing them away,—
Nor think to riddle the dead words they say,
Nor any more to feel them as they fall;
But go, and if you trust her she will call.
There is the western gate, Luke Havergal—
Luke Havergal.

LUKE HAVERGAL. In: The Poetry Foundation. Disponível em: < http://www.poetryfoundation.org/poem/175762>. Acesso em: 26. Fev. 2016

RICHARD CORY

Sempre que Richard Cory ia à cidade,
Nós, o povo, na calçada, olhávamos para ele:
Ele era um cavalheiro da cabeça aos pés,
Bem asseado e imperialmente esbelto.

E ele estava sempre discretamente arrumado
E ele era sempre humano quando falava;
Mas ainda agitava os pulsos quando dizia
“Bom dia”, e ele brilhava quando caminhava.

E ele era rico, — sim, mais rico que um rei —
E admiravelmente educado em cada gesto:
Em suma: achávamos que ele era tudo
Que desejávamos ser se estivéssemos no lugar dele

E assim trabalhávamos e esperávamos pela luz
E continuávamos sem carne e maldizíamos o pão;
E Richard Cory, numa calma noite de verão,
Foi para casa e meteu uma bala na cabeça.

Traduzido por Dalcin Lima aos 09 de março de 2010.


RICHARD CORY


Whenever Richard Cory went down town,
We people on the pavement looked at him:
He was a gentleman from sole to crown,
Clean favored, and imperially slim.

And he was always quietly arrayed,
And he was always human when he talked;
But still he fluttered pulses when he said,
"Good-morning," and he glittered when he walked.

And he was rich—yes, richer than a king—
And admirably schooled in every grace:
In fine, we thought that he was everything
To make us wish that we were in his place.

So on we worked, and waited for the light,
And went without the meat, and cursed the bread;
And Richard Cory, one calm summer night,
Went home and put a bullet through his head.

RICHARD CORY. In: The Poetry Foundation, Disponível em: < http://www.poetryfoundation.org/poem/174248>. Acesso em: 26. Fev. 2016.

A CASA DA COLINA


Todos partiram
A casa está fechada
Já não há nada mais a dizer.

Através das paredes partidas e cinzas
O vento sopra gelado e penetrante;
Todos partiram.

Não há um único dia
Para falares se estão bem ou doentes;
Já não há nada mais a dizer.

Por que então andamos perdidos
Ao redor dessa soleira fundida?
Todos se distanciaram.

E nosso pobre drama-imaginativo
Para eles é destreza gasta:
Já não há nada mais a dizer.

Há ruína e decadência
Na Casa da Colina:
Todos eles se foram,
Não há mais nada a dizer.

Traduzido por Dalcin Lima aos 26 de fevereiro de 2016.


THE HOUSE ON THE HILL


They are all gone away,
The House is shut and still,
There is nothing more to say.

Through broken walls and gray
The winds blow bleak and shrill:
They are all gone away.

Nor is there one to-day
To speak them good or ill:
There is nothing more to say.

Why is it then we stray
Around the sunken sill?
They are all gone away,

And our poor fancy-play
For them is wasted skill:
There is nothing more to say.

There is ruin and decay
In the House on the Hill:
They are all gone away,
There is nothing more to say.

THE HOUSE ON THE HILL. In: The Writers Almanac. Disponível em: . Acesso em: 27. Fev. 2016.

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Sobre Jus et Humanitas

Sou Dalcin Lima, advogado, tradutor e um apaixonado por Línguas e Literatura, especialmente poesia. Sou protetor de animais em geral.
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