THE VACUUM
The house is so quiet now
The vacuum cleaner sulks in the corner closet,
Its bag limp as a stopped lung, its mouth
Grinning into the floor, maybe at my
Slovenly life, my dog-dead youth.
I’ve lived this way long enough,
But when my old woman died her soul
Went into that vacuum cleaner, and I can’t bear
To see the bag swell like a belly, eating the dust
And the woollen mice, and begin to howl
Because there is old filth everywhere
She used to crawl, in the corner and under the stair.
I know now how life is cheap as dirt,
And still the hungry, angry heart
Hangs on and howls, biting at air.
THE VACUUM. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poems-and-poets/poems/detail/42688 >. Acesso em: 21. Abr. 2016.
O ASPIRADOR
A casa está tão calma agora
O aspirador amuou no armário de canto,
Seu saco aleijado como um pulmão imóvel, sua boca
Zombando para o chão, talvez da minha
Vida desmazelada, da minha irresponsabilidade.
Vivi tempo suficiente assim,
Mas quando a minha velha morreu, sua alma
Entrou dentro daquele aspirador e eu não suporto
Ver o saco inchar como um ventre, comendo pó
E camundongos, começando a uivar
Porque há imundice por todo o lado
Onde usava rastejar, nos cantos e sob a escada.
Sei agora como a vida é reles como lixo,
Ainda assim o coração ávido, irado
Resiste e brama, mordendo o céu.
Tradução de João Luís Barreto Guimarães. Disponível em:< http://poesiailimitada.blogspot.com.br/2006/03/howard-nemerov.html>.
O CONSENTIMENTO
Nos fins de novembro, numa noite simples
Nem sequer gelou, as árvores de ginko
Que ficam ao longo do caminho, perdem suas folhas
Em um único consenso, nem choveu nem ventou
Mas parece que a um só tempo: as douradas e verdes
Folhas cobrem a clareira hoje, ainda que ontem
Espalhavam para cima suas asas de luz flutuantes.
Que sinal das estrelas? Que sentimentos trouxe-os consigo?
O que nestes bosques decidiu assim
Sacudir e derrubas suas folhas,
Revolução ou rendição? E se isso
Acontece que raça poderá estar isenta?
De que serve aprender lições ensinadas pelo tempo
Se uma estrela, por acaso, poderá nos dizer: Agora.
Traduzido por Dalcin Lima, aos 21 de abril de 2016, baseado na tradução espanhola de Eduardo Arancibia Diaz disponível em:< http://kwanten.home.xs4all.nl/espnemerov.htm>.
THE CONSENT
Late in November, on a single night
Not even near to freezing, the ginkgo trees
That stand along the walk drop all their leaves
In one consent, and neither to rain nor to wind
But as though to time alone: the golden and green
Leaves litter the lawn today, that yesterday
Had spread aloft their fluttering fans of light.
What signal from the stars? What senses took it in?
What in those wooden motives so decided
To strike their leaves, to down their leaves,
Rebellion or surrender? and if this
Can happen thus, what race shall be exempt?
What use to learn the lessons taught by time.
If a star at any time may tell us: Now.
THE CONSENT. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poems-and-poets/poems/detail/53817>. Acesso em: 21. Abr. 2016.
À D – MORTA POR SUAS PRÓPRIAS MÃOS
Minha querida, eu queria saber se antes do final
Pensaste algum vez nesse naquele jogo infantil ─
Estou certo de que você deve tê-lo jogado ─ no qual
Corrias sobre o muro estreito do jardim
Imaginando quem era um precipício
Uma escuridão de neve que se precipitava
No vazio de ambos os lados invisível;
E quando achaste que perdias teu equilíbrio
Saltaste porque temias cair e pensaste: apenas agora que eu morri
Que houve uma eternidade. E agora que partiste,
Quem jogaria de novo esse jogo de adultos
Sob a escuridão e na borda do precipício,
Continuas correndo sem olhar para baixo,
E nunca pulas por medo de cair.
Traduzido por Dalcin Lima, aos 21 de abril de 2016, baseado na tradução espanhola contida no blog el rincón de mis desvaríos. Disponível em:< http://elrincondemisdesvarios.blogspot.com.br/2012/06/poema-diane-arbus-por-howard-nemerov.html >.
TO D ─ DEAD BY HER OWN HAND
My dear, I wonder if before the end
You ever thought about a children’s game—
I’m sure you must have played it too—in which
You ran along a narrow garden wall
Pretending it to be a mountain ledge
So steep a snowy darkness fell away
On either side to deeps invisible;
And when you felt your balance being lost
You jumped because you feared to fall, and thought
For only an instant: That was when I died.
That was a life ago. And now you’ve gone,
Who would no longer play the grown-ups’ game
Where, balanced on the ledge above the dark,
You go on running and you don’t look down,
Nor ever jump because you fear to fall.
TO D ─ DEAD BY HER OWN HAND. In: Public Works. Disponível em:< http://nemerov.pbworks.com/w/page/62719810/Poem%20Analysis>. Acesso em: 21 abril de 2016.
ARREMESSO
As águas afundam, as águas escurecem,
Refletem os inquisidores, escondem as buscas,
Quer se afoguem n’água ou no ar.
Entre eles agita-se a centelha de,
Farpada, iscada, esperando por um pensamento ─
O que no mundo está de ponta a cabeça,
O anzol ou o ponto de interrogação?
Tradução de Dalcin Lima aos 21 de abril de 2016.
CASTING
The waters deep, the waters dark,
Reflect the seekers, hide the sought,
Whether in water or in air to drown.
Between them curls the silver spark,
Barbed, baited, waiting, of a thought--
Which in the world is upside down,
The fish hook or the question mark?
CASTING. In: Public Works. Disponível em:< http://nemerov.pbworks.com/w/page/62719810/Poem%20Analysis>. Acesso em: 21 abril de 2016.
A CARTILHA DA ROTINA DIÁRIA
A descasca uma maçã enquanto B ajoelha-se para Deus,
C telefone para D, que tem uma mão
Sobre o joelho de E, F tosse, G apara a grama
Para o túmulo de H, I não entende
Mas J está trazendo um pombo de argila para baixo
Enquanto K desce um cassetete na cabeça de L,
E M pega mostarda, N dirige para a cidade,
O vai para a cama com P, e Q cai morto,
R mente para S, mas acontece de ser ouvido
Por T, que fala para U não excitar V
Por ter dado a W a palavra
Que X está agora iludindo Y com Z,
Que por coincidência, exatamente agora, vai lembrar A
De descascar uma maçã em algum lugar bem distante.
Tradução de Dalcin Lima aos 21 de abril de 2016.
A PRIMER OF THE DAILY ROUND
A peels an apple, while B kneels to God,
C telephones to D, who has a hand
On E’s knee, F coughs, G turns up the sod
For H’s grave, I do not understand
But J is bringing one clay pigeon down
While K brings down a nightstick on L’s head,
And M takes mustard, N drives to town,
O goes to bed with P, and Q drops dead,
R lies to S, but happens to be heard
By T, who tells U not to fire V
For having to give W the word
That X is now deceiving Y with Z,
Who happens, just now to remember A
Peeling an apple somewhere far away.
A PRIMER OF THE DAILY ROUND. In: Public Works. Disponível em:< http://nemerov.pbworks.com/w/page/62719810/Poem%20Analysis>. Acesso em: 21 abril de 2016.
FUGA
Você as vê sumir em seus carros velozes,
As muitas pessoas acelerando pelo mundo,
E indaga se elas fizeram isso antes
Desta época de um tempo que corre na distância, uma correnteza impetuosa
De moléculas aceleradas pelo que seja aumento de temperatura?
Nunca houve um mundo onde as pessoas apenas sentassem quietas?
Todavia elas podiam ser todas pensativas
De um infinito agora, motoristas de passageiros
Nos carros em movimento todos encarando o fronte
Que é o futuro, que é o destino,
Que é o desejo e o fim do desejo ─
O que elas fazem além de sentarem quietas?
E ainda na velocidade eles voam para longe, tão calmas
Quanto a estrada paga sob elas como se fluísse
Instante a instante no passado espelhado;
Elas espalham em sua vigília um desfile de campos de ração,
As máquinas sem janelas onde quem está fazendo o quê,
As cidades cinzas onde os desejos e os medos foram criados.
Tradução de Dalcin Lima aos 22 de abril de 2016.
FUGUE
You see them vanish in their speeding cars,
The many people hastening through the world,
And wonder what they would have done before
This time of time speed distance, random streams
Of molecules hastened by what rising heat?
Was there never a world where people just sat still?
Yet they might be all of them contemplatives
Of a timeless now, drivers and passengers
In the moving cars all facing to the front
Which is the future, which is destiny,
Which is desire and desire's end -
What are they doing but just sitting still?
And still at speed they fly away, as still
As the road paid out beneath them as it flows
Moment by moment into the mirrored past;
They spread in their wake the parading fields of food,
The windowless works where who is making what,
The grey towns where the wishes and the fears are done.
FUGUE. In: Public Works. Disponível em:< http://nemerov.pbworks.com/w/page/62719810/Poem%20Analysis>. Acesso em: 21 abril de 2016.
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