DA PRISÃO
Sob minhas pálpebras outro olho se abriu
e olha cruelmente
a luz
que penetra vindo do mundo da dor
mesmo enquanto durmo
Fixamente ele encara
tudo que eu enfrento
e mais
ele vê os cassetetes e as coronhas
levantando e baixando
ele vê
o detalhe que a TV não mostra
os dedos da polícia feminina
esquadrinhando a boceta da jovem prostituta
ele vê
as baratas caindo dentro da panela
onde preparam carne de porco
no presídio
ele vê
a violência
encravada no silêncio
este olho não é para chorar
sua visão
deve ser nítida
apesar das lágrimas em meu rosto
seu objetivo é a lucidez
nada deve ser esquecido
Tradução de Olga Savary. In: Quingumbo, Nova Poesia Norte-Americana, Org Kerry Shawn Keys, Escrita, SP: 1980.
FROM THE PRISON HOUSE
Underneath my lids another eye has opened
it looks nakedly
at the light
that soaks in from the world of pain
even when i sleep
Steadily it regards
everything i am going through
and more
it sees the clubs and rifles-butts
rising and falling
it sees
detail not on TV
the fingers of the policewoman
searching the cunt of the young prostitute
it sees
the roaches dropping into the pan
where they cook the pork
in the House of D
it sees
the violence
embedded in silence
this eye
is not for weeping
its vision
must be unblurred
though tears are on my face
its intent is clarity
it must forget
nothing
FROM THE PRISON HOUSE. In: Quingumbo, Nova Poesia Norte-Americana, Org Kerry Shawn Keys, Escrita, SP: 1980.
INSTANTÂNEOS DE UMA NORA
1.
Você, uma vez a bela de Shreveport,
cabelos tingidos de hena, a pele como pêssego,
ainda manda fazer vestidos como os que se usavam então,
e toca um prelúdio de Chopin
chamado por Cortot: “Deliciosas reminiscências
flutuam como perfume pela memória”.
Sua mente agora, mofando como bolo de casamento,
pesada de experiências inúteis, pródiga
em suspeitas, rumores, fantasias,
desmoronando sob o fio
do mero fato. Na primavera da vida.
Inquieta, o olhar faiscante, sua filha
limpa as colheres de chá, cresce para outro lado.
2.
Dando com a cafeteira na pia
ela escuta o reproche dos anjos, e fita
o céu desgrenhado para além de jardins impecáveis.
Não faz mais de uma semana desde que disseram: Não tenha paciência.
Da próxima foi: Seja insaciável.
E depois: Salve-se. Aos demais, não poderá salvar.
Por vezes tem deixado a água da torneira lhe escaldar o braço,
um fósforo queimar-lhe a unha do dedão,
ou posto a mão sobre a chaleira
bem na lã do vapor. São provavelmente anjos
posto que já nada a magoa, excetuando
a areia de cada manhã indo de encontro aos olhos.
3.
Uma mulher pensante dorme com monstros.
O bico que a agarra, ela se torna. E a Natureza,
este ainda cômodo, destampado baú
cheio de tempora e mores
enche-se de tudo: …………… as flores de laranjeira cobertas de orvalho,
os contraceptivos, os terríveis seios
de Boadiceia sob orquídeas e cabeças chatas de raposa.
Duas belas mulheres, trancadas em discussão,
ambas orgulhosas, argutas, sutis, ouço que gritam
por sobre a maiólica e os cacos de vidro
como Fúrias encurraladas para longe de suas presas:
A discussão ad feminam, todos os velhos punhais
que enferrujaram em minhas costas, o seu adentro
ma semblable, ma soeur!
4.
Conhecendo-se bem demais uma na outra
seus dons sem puro desfrute, mas espinhos
a agulha afiada contra uma ponta de escárnio…
Lendo enquanto espera
aquecer o ferro,
escrevendo, Minha vida – encostada pelos cantos
naquela despensa em Amherst enquanto as geleias fervem e escumam,
ou, com maior frequência,
de olhos fitos e embicada e obstinada como uma ave,
tirando poeira a todo o triquetraque da vida cotidiana.
5.
Dulce ridens, dulce loquens
ela depila as pernas até brilharem
como petrificadas presas de mamute.
6.
Quando canta Corina a seu alaúde
não são dela nem letra nem música;
somente os longos cabelos descaindo-se
sobre a bochecha, somente a canção
da seda contra os joelhos,
e mesmo estes
ajustam-se nos reflexos de um olho.
Empertigada, trêmula e insatisfeita, ante
uma porta destrancada, a jaula das jaulas,
diga-nos, sua ave, sua trágica máquina –
será isto fertilisante douleur? Esmagada
pelo amor, para ti a única reação natural,
estarás acirrada a ponto
de arrombar os segredos do cofre? a Natureza,
nora, mostrou-te enfim os livros de contabilidade
que seu próprio filho sempre ignorou?
7.
Ter neste incerto mundo alguma posição
inabalável é
da maior importância.
…………………………………….Assim escreveu
uma mulher, em parte boa e em parte audaz,
que lutou com o que não compreendia de todo.
Poucos homens a seu redor teriam feito mais,
portanto a rotularam puta, megera, engodo.
8.
“Morreis todos aos quinze anos”, disse Diderot,
mudando-se metade em lenda, metade em convenção.
No entanto, olhos sonham equivocamente
por detrás de janelas fechadas, empastadas de vapor.
Deliciosamente, tudo o que poderíamos ter sido,
tudo o que fomos – fogo, lágrimas,
espírito, gosto, ambição martirizada –
agita-se como a lembrança do adultério recusado
o seio murcho e esvaziado de nossa “meia idade”.
9.
Não que se faça bem, mas
que se faça e ponto? Pois bem, pense
nas possibilidades! ou ignore-as para sempre.
Estes luxos da criança precoce,
a querida inválida do Tempo –
abdicaríamos, minhas caras, se nos fosse dado?
Nossa praga foi também nossa sinecura:
mero talento nos bastava –
brilho em rascunhos e fragmentos.
Não mais suspirem, minhas senhoras.
………………………………………………………..O tempo é macho
e em suas taças bebe ao belo.
Divertidas pelo galanteio, ouvimos
enquanto nos louvam as mediocridades,
indolência lida como abnegação,
desleixo lido como intuição refinada,
cada deslize perdoado, o único crime sendo
estampar uma sombra demasiado notável
ou sumariamente destruir o molde.
Para isso, a solitária,
o gás lacrimogênio, os estilhaços.
Poucas pleiteiam este tipo de honra.
13.
……………………………………………………….Bom,
ela posterga sua chegada, que lhe deve parecer
tão pouco clemente quanto a própria história.
A mente cheia ao vento, vejo-a mergulhar
de seios e relanceando pelas correntezas,
tomando a luz sobre si,
pelo menos tão bela quanto qualquer menino
ou helicóptero,
…………………………………………..empertigada, chegando ainda,
suas finas hélices fazendo o ar recuar
mas sua carga
já nenhuma promessa:
entregue
palpável
nossa.
Tradução de Ismar Tirelli Neto. In: modo de usar & co.: Adrienne Rich (1929 - 2012). Disponível em: <http://revistamododeusar.blogspot.com.br/2012/04/adrienne-rich-1929-2012.html >. Acesso em 26. Abr. 2016.
SNAPSHOTS OF A DAUGHTER-IN-LAW
1
You, once a belle in Shreveport,
with henna-colored hair, skin like a peachbud,
still have your dresses copied from that time,
and play a Chopin prelude
called by Cortot: "Delicious recollections
float like perfume through the memory."
Your mind now, moldering like wedding-cake,
heavy with useless experience, rich
with suspicion, rumor, fantasy,
crumbling to pieces under the knife-edge
of mere fact. In the prime of your life.
Nervy, glowering, your daughter
wipes the teaspoons, grows another way.
2
Banging the coffee-pot into the sink
she hears the angels chiding, and looks out
past the raked gardens to the sloppy sky.
Only a week since They said: Have no patience.
The next time it was: Be insatiable.
Then: Save yourself; others you cannot save.
Sometimes she's let the tapstream scald her arm,
a match burn to her thumbnail,
or held her hand above the kettle's snout
right inthe woolly steam. They are probably angels,
since nothing hurts her anymore, except
each morning's grit blowing into her eyes.
3
A thinking woman sleeps with monsters.
The beak that grips her, she becomes. And Nature,
that sprung-lidded, still commodious
steamer-trunk of tempora and mores
gets stuffed with it all: the mildewed orange-flowers,
the female pills, the terrible breasts
of Boadicea beneath flat foxes' heads and orchids.
Two handsome women, gripped in argument,
each proud, acute, subtle, I hear scream
across the cut glass and majolica
like Furies cornered from their prey:
The argument ad feminam, all the old knives
that have rusted in my back, I drive in yours,
ma semblable, ma soeur!
4
Knowing themselves too well in one another:
their gifts no pure fruition, but a thorn,
the prick filed sharp against a hint of scorn...
Reading while waiting
for the iron to heat,
writing, My Life had stood--a Loaded Gun--
in that Amherst pantry while the jellies boil and scum,
or, more often,
iron-eyed and beaked and purposed as a bird,
dusting everything on the whatnot every day of life.
5
Dulce ridens, dulce loquens,
she shaves her legs until they gleam
like petrified mammoth-tusk.
6
When to her lute Corinna sings
neither words nor music are her own;
only the long hair dipping
over her cheek, only the song
of silk against her knees
and these
adjusted in reflections of an eye.
Poised, trembling and unsatisfied, before
an unlocked door, that cage of cages,
tell us, you bird, you tragical machine--
is this fertillisante douleur? Pinned down
by love, for you the only natural action,
are you edged more keen
to prise the secrets of the vault? has Nature shown
her household books to you, daughter-in-law,
that her sons never saw?
7
"To have in this uncertain world some stay
which cannot be undermined, is
of the utmost consequence."
Thus wrote
a woman, partly brave and partly good,
who fought with what she partly understood.
Few men about her would or could do more,
hence she was labeled harpy, shrew and whore.
8
"You all die at fifteen," said Diderot,
and turn part legend, part convention.
Still, eyes inaccurately dream
behind closed windows blankening with steam.
Deliciously, all that we might have been,
all that we were--fire, tears,
wit, taste, martyred ambition--
stirs like the memory of refused adultery
the drained and flagging bosom of our middle years.
9
Not that it is done well, but
that it is done at all? Yes, think
of the odds! or shrug them off forever.
This luxury of the precocious child,
Time's precious chronic invalid,--
would we, darlings, resign it if we could?
Our blight has been our sinecure:
mere talent was enough for us--
glitter in fragments and rough drafts.
Sigh no more, ladies.
Time is male
and in his cups drinks to the fair.
Bemused by gallantry, we hear
our mediocrities over-praised,
indolence read as abnegation,
slattern thought styled intuition,
every lapse forgiven, our crime
only to cast too bold a shadow
or smash the mold straight off.
For that, solitary confinement,
tear gas, attrition shelling.
Few applicants for that honor.
10
Well,
she's long about her coming, who must be
more merciless to herself than history.
Her mind full to the wind, I see her plunge
breasted and glancing through the currents,
taking the light upon her
at least as beautiful as any boy
or helicopter,
poised, still coming,
her fine blades making the air wince
but her cargo
no promise then:
delivered
palpable
ours.
SNAPSHOTS OF A DAUGHTER-IN-LAW. In: Plagiarist. Disponível em:
AGOSTO
Dois cavalos na luz amarela
comendo, debaixo duma árvore, maçãs derrubadas pelo vento
enquanto o verão se desfaz, as plantas cambaleiam
e a relva fica crestada
dizem que há íons no sol
neutralizando campos magnéticos na terra
Que maneira de explicar
o que foi esta semana e a que a precedeu!
Se eu sou carne tostando sobre pedras
se eu sou cérebro queimando na luz fluorescente
se eu sou sonho como um fio flamante
pulsando com ele
se eu sou morte para o homem
preciso sabê-lo
Sua mente é simples demais. Não posso continuar
compartilhando seus pesadelos
Os meus próprios tornam-se mais claros, abrem-se
para a pré-história
que parece um vilarejo aceso com sangue
onde todos os pais estão gritando: Meu filho me pertence!
Tradução de Olga Savary. In: Quingumbo, Nova Poesia Norte-Americana, Org Kerry Shawn Keys, Escrita, SP: 1980.
AUGUST
Two horses in yellow light
eating windfall apples under a tree
as summer tears apart milkweed stagger
and grasses grow more ragged
They say there are ions in the sun
neutralizing magnetic fields on earth
Some way to explain
what this week has been, and the one before it!
If I am flesh sunning on a rock
if I am brain burning in fluorescent light
if I am dream like a wire with fire
throbbing along it
if I am death to man
I have to know it
His mind is too simple, I cannot go on
sharing his nightmares
My own are becoming clearer, they open
into prehistory
which looks like a village lit with blood
where all the fathers are crying: My son is mine!
AUGUST. In: Quingumbo, Nova Poesia Norte-Americana, Org Kerry Shawn Keys, Escrita, SP: 1980.
ESTA NOITE NENHUMA POESIA SERVIRÁ
Te vi andando descalça
dando uma longa olhada
para as pálpebras da lua nova
depois esparramada
dormindo pesado, nua em seus cabelos negros
dormindo mas não ignorante
dos que não dormiram não dormem
por aí
Hoje eu penso
nenhuma poesia
servirá
Sintaxe da rendição:
verbo pilota o avião
advérbio modifica a ação
verbo alimenta o substantivo à força
submerge o sujeito
substantivo sufocando
verbo desgraçado segue fazendo
agora diagrame a frase
Tradução de André Caramuru Aubert. In: Rascunho. Disponível em:< http://rascunho.com.br/adrienne-rich/>. Acesso em: 26. Abr. 2016.
TONIGHT NO POETRY WILL SERVE
Saw you walking barefoot
taking a long look
at the new moon’s eyelid
later spread
sleep-fallen, naked in your dark hair
asleep but not oblivious
of the unslept unsleeping
elsewhere
Tonight I think
no poetry
will serve
Syntax of rendition:
verb pilots the plane
adverb modifies action
verb force-feeds noun
submerges the subject
noun is choking
verb disgraced goes on doing
now diagram the sentence
TONIGHT NO POETRY WILL SERVE. In: Rascunho. Disponível em:< http://rascunho.com.br/adrienne-rich/>. Acesso em: 26. Abr. 2016.
DELTA
Se você pegou este entulho para o meu passado
revolvendo-o em busca de fragmentos para vender
saiba que eu há muito segui em frente
para dentro, para o coração da matéria
Se você pensa que pode me agarrar, pense melhor:
minha história flui em mais de uma direção
um delta do leito do rio se abrindo
com seus cinco dedos abertos
Tradução de André Caramuru Aubert. In: Rascunho. Disponível em:< http://rascunho.com.br/adrienne-rich/>. Acesso em: 26. Abr. 2016.
DELTA
If you have taken this rubble for my past
raking through it for fragments you could sell
know that I long ago moved on
deeper into the heart of the matter
If you think you can grasp me, think again:
my story flows in more than one direction
a delta springing from the riverbed
with its five fingers spread
DELTA. In: Rascunho. Disponível em:< http://rascunho.com.br/adrienne-rich/>. Acesso em: 26. Abr. 2016.
As minhas três irmãs estão sentadas
sobre rochas de obsidiana preta.
Pela primeira vez, a esta luz, consigo ver quem são.
A minha primeira irmã está a coser o fato para a procissão.
Vai vestida de Senhora Transparente
e todos os seus nervos estarão à vista.
A minha segunda irmã também está a coser
sobre a ferida do peito, que nunca cicatrizou completamente.
Espera, enfim, aliviar este aperto no coração.
A minha terceira irmã está a contemplar
uma crosta vermelho-escura que a ocidente se estende ao longe sobre o mar.
Tem as meias rotas mas é formosa.
Tradução de Margarida Vale de Gato. In: Arlindo Correia. Disponível em:< http://arlindo-correia.com/010900.html>. Acesso em: 26. Abr. 2016.
WOMEN
My three sisters are sitting
on rocks of black obsidian.
For the first time, in this light, I can see who they are.
My first sister is sewing her costume for the procession.
She is going as the Transparent lady
and all her nerves will be visible.
My second sister is also sewing,
at the seam over her heart which has never healed entirely,
At last, she hopes, this tightness in her chest will ease.
My third sister is gazing
at a dark-red crust spreading westward far out on the sea.
Her stockings are torn but she is beautiful.
WOMEN. In: Arlindo Correia. Disponível em:< http://arlindo-correia.com/010900.html>. Acesso em: 26. Abr. 2016.
CANÇÃO
Se estou só, queres tu saber:
Pois bem, sim, estou só,
como o avião que voa só e horizontal,
fixado no feixe de rádio,
e atravessa as Montanhas Rochosas,
visando os corredores orlados de azul
de um qualquer aeroporto no oceano.
Se estou só, queres perguntar:
Bem, é claro, só
como uma mulher que atravessa de automóvel o país,
dia após dia, deixando atrás de si,
milha após milha,
cidadezinhas onde podia ter parado
e vivido e morrido em solidão.
Se estou só,
deve ser a solidão
de ser a primeira a despertar, de respirar
o primeiro sopro frio da manhã sobre a cidade,
de ser a única acordada
numa casa envolta em sono.
Se estou só,
é com o barco a remos bloqueado na margem pelo gelo
na derradeira luz vermelha do ano,
e que sabe o que é, que sabe não ser
gelo, nem lama, nem luz de Inverno,
mas madeira, dotada para arder.
Tradução de João Ferreira Duarte, em "LEITURAS poemas do inglês", Relógio de Água, 1993. Disponível em:< http://arlindo-correia.com/010900.html>. Acesso em: 26. Abr. 2016.
SONG
You're wondering if I'm lonely:
OK then, yes, I'm lonely
as a plane rides lonely and level
on its radio beam, aiming
across the Rockies
for the blue-strung aisles
of an airfield on the ocean
You want to ask, am I lonely?
Well, of course, lonely
as a woman driving across country
day after day, leaving behind
mile after mile
little towns she might have stopped
and lived and died in, lonely
If I'm lonely
it must be the loneliness
of waking first, of breathing
dawn's first cold breath on the city
of being the one awake
in a house wrapped in sleep
If I'm lonely
it's with the rowboat ice-fast on the shore
in the last red light of the year
that knows what it is, that knows it's neither
ice nor mud nor winter light
but wood, with a gift for burning.
SONG. Disponível em:< http://arlindo-correia.com/010900.html>. Acesso em: 26. Abr. 2016.
Adorei o primeiro, lembra muito o depoimento da Miriam Leitão sobre as cenas de tortura que sofreu durante o lastimável período da ditadura. Agosto também achei interessante, vou publicar no meu aniversário dia 03. :D
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