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AMIRI BARAKA, LÍDER DO MOVIMENTO PAN-AFRICANO


Considerado o Malcom X da literatura, poeta e dramaturgo 'antecipou' o rap. O FBI chegou a identificá-lo como 'futuro líder do movimento pan-africano'. In: G1, Pop & Arte 

Talvez nenhum escritor dos anos 1960 e 1970 tenha sido mais radical e polarizador do que Baraka, e ninguém se esforçou mais para usar nas artes os debates políticos da luta pelos direitos civis. Por Sulinha Cidade. In: A nova pontuação do escritor ativista Amiri Baraka by esquizofia 


Amiri Baraka nasceu Everett LeRoi Jones em Newark, New Jersey, em 07 de outubro de 1934. Seu pai, Colt LeRoy Jones, era um inspetor postal; Anna Lois Jones, sua mãe, era assistente social. Baraka frequentou a Universidade Rutgers por dois anos, depois transferiu-se para a Universidade Howard, onde em 1954 bacharelou-se em Inglês. Serviu na Força Aérea de 1954 até 1957, mudando-se, então, para o Lower East Side de Manhattan. Lá, juntou-se a um círculo livre de artistas, músicos e escritores de Greenwich Village. No ano seguinte, casou-se com Hettie Cohen e juntamente com a mesma começou a co-edição de Yugen, revista literária de vanguarda. Ainda nessa época, fundou também a Totem Press, que primeiramente publicou trabalhos de Allen Ginsberg, Jack Kerouac e outros. 

Baraka publicou seu primeiro volume de poesia, Preface to a Twenty-Volume Suicide Note, em 1961. De 1961 até 1963 foi co-editor, com Diane Di Prima, de The Floating Bear, um boletim literário. Sua crescente hostilidade e desconfiança para com a sociedade branca refletiram-se em das peças, The Slave e The Toilet, ambas escritas em 1962. 1963 viu a publicação de Blues People: Negro Music in White America, que ele escreveu, e The Moderns: An Anthology of New Writing in America, que editou e escreveu a introdução. Sua reputação como dramaturgo estabeleceu-se com a produção de Dutchman no Cherry Lane Theatre em New York em 24 de março de 1964. A controvertida peça posteriormente ganhou um Prêmio Obie (para a “melhor peça fora da Broadway”) e foi transformada em filme. 

Em 1965, após o assassinato de Malcolm X, Jones rejeitou sua via comum e acabou com seu casamento. Baraka mudou-se para o Harlem, onde fundou where Black Arts Repertory Theatre/School. A companhia, que produzia peças que eram muitas vezes “anti brancas” e cuja finalidade era um público negro desfez-se em poucos meses. Mudou-se de volta para Newark e em 1967 casou-se com a poeta Sylvia Robinson (agora conhecida como Amina Baraka). Nessa época fundou também a Spirit House Players, que produziu, entre outros trabalhos, duas peças de Baraka contra a truculência policial: Police e Arm Yrself or Harm Yrself. 

Em 1968, Baraka co-editou Black Fire: An Anthology of Afro-American Writing com Larry Neal e sua peça Home on the Range foi representada em em beneficio para uma festa dos Panteras Negras. Nesse mesmo ano, tornou-se muçulmano, mudando seu para Imamu Amiri Baraka. (“Imamu” significa “líder espiritual”). Baraka assumiu a liderança de sua própria organização muçalmana, Kawaida. De 1968 a 1975, Baraka foi presidente do Comitê para Newark Unificada, uma organização negra unificada. Em 1969, sua Great Goodness of Life tornou-se parte do bem sucedido fora da Broadway “Quarteto Negro”, e sua peça Slave Ship (Navio Negreiro) foi vastamente revisada. Baraka foi fundados e presidente do Congresso do Povo Africano, um organização pan-africanista nacional com secções em 15 cidades e foi ele ainda um dos dirigentes organizadores da National Black Political Convention, que reuniu-se em Gary, Indiana, em 1972 para organizar uma melhor posição política para unificação de afro-americanos. 

Em 1974 Baraka adotou a filosofia marxista-leninista e renunciou ao título espiritual “Imamu.” Em 1983, ele a esposa Amina Baraka editaram Confirmation: An Anthology of African-American Women, que ganhou ganhou um American Book Award da Before Columbus Foundation e em 1987 ambos publicaram The Music: Reflections on Jazz and Blues. A Autobiografia de LeRoi Jones/Amiri Baraka foi publicada em 1984. 

Os inúmeros prêmios literários e honrarias de Amiri Baraka incluem bolsas da Fundação Guggenheim e do National Endowment for the Arts, o Prêmio PEN/Faulkner, o Rockefeller Foundation Award for Drama, o Prêmio Hughes do City College de New York, e prêmio vitalício da Fundação Before Columbus. 

Amiri Baraka ensinou poesia na New School for Social Research em Nova York, literatura na Universidade de Buffalo e drama na Universidade de Columbia. Também lecionou na Universidade do Estado de San Francisco, na Universidade Yale e Universidade George Washington. Desde 1985 desempenhou a função de professor de Estudos Africanos na Universidade Estadual de Nova York em Stony Brook. Foi co-diretor, com sua esposa, de Kimako’s Blues People, um espaço comunitário para artes. 

Segundo o site da Globo, em 2002, respeitado o suficiente para ser tido como laureado poeta de Nova Jersey, Baraka chocou de novo com "Somebody blew up America" (Alguém Detonou a América), poema sobre o 11 de setembro. "Quem sabia que o World Trade Center ia ser 'bombardeado'", escreveu num verso. "Quem falou aos 4 mil trabalhadores israelenses das Torres Gêmeas para ficarem em casa naquele dia?". Baraka foi acusado de homofóbico, antissemita e demagogo. Em virtude das afirmações contidas no poema "Somebody blew up America" perdeu o posto de poeta laureado de Nova Jersey. 

Continua pois, o artigo do G1: o governador James E. McGreevey, assim como outras figuras públicas, exigiram desculpas. Baraka recusou, negando que "Somebody to blew up" fosse antissemita (o poema também ataca Hitler e o Holocausto). Ele condenou a "desonesta, conscientemente distorcida e insultante má interpretação" a obra. 

Amiri Baraka foi casado duas vezes e deixou cinco filhos ao falecer em 09 de janeiro de 2014. 


Biografia traduzida por Dalcin Lim, em 30 de março de 2018, a partir do texto da Academy of American Poets, com excertos fa Folha de São Paulo e Pop & Arte, do G1. disponível em: < https://www.poets.org/poetsorg/poet/amiri-baraka >. Acesso em: 30. Mar. 2018. 

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Sobre Jus et Humanitas

Sou Dalcin Lima, advogado, tradutor e um apaixonado por Línguas e Literatura, especialmente poesia. Sou protetor de animais em geral.
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