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AOS MORTOS DA UNIÃO: MAIS SETE POEMAS DE ROBERT LOWELL

 
À VENDA

Brinquedo mais acanhado,
preparado com pródiga animosidade,
durou só um ano —
o chalé de meu pai em Beverly Farms
foi a mercado no mês de sua morte.
Vazio, aberto, íntimo,
a mobília de prefeitura
na ponta dos pés
esperava pelo proponente
no calcanhar do agente funerário.
Atenta, temerosa
de viver só até os oitenta,
mamãe sonhava à janela
como se estivesse num trem
uma parada após a dela.

Tradução de Ruy Vasconcelos. In: ZUNÁI - Revista de poesia e debates. Disponível em:< http://www.revistazunai.com/traducoes/robert_lowell.htm >. Acesso em: 24. Dez. 2014.


FOR SALE

Poor sheepish plaything,
organized with prodigal animosity,
lived in just a year —
my Father’s cottage at Beverly Farms
was on the market the month he died.
Empty, open, intimate,
its town-house furniture
had an on tiptoe air
of waiting for the mover
on the heels of the undertaker.
Ready, afraid
of living alone till eighty,
Mother mooned in a window,
as if she had stayed on a train
one stop past her destination.

FOR SALE. In: ZUNÁI - Revista de poesia e debates. Disponível em:< http://www.revistazunai.com/traducoes/robert_lowell.htm >. Acesso em: 24. Dez. 2014.


VOLTANDO DE RAPALLO POR MAR

[Fevereiro, 1954]

A enfermeira só falava italiano,
Mas em vinte minutos pude imaginar as últimas semanas,
E lágrimas escorreram à face... 

Quando embarquei na Itália com o corpo de minha mãe,
Todo o litoral do Golfo de Genova
Rompia-se em fogosas flores.
Os doidos amarelos e celestes malhos-de-mar
Tinindo como britadeiras ao longo
Do borbulha-espumante rastro do navio
Lembravam as cores berrantes do meu Ford.
Mamãe viajava de primeira classe no porão;
Seu casquete do Risorgimento preto e áureo
Era como Napoleão nos Inválidos...

Enquanto passageiros bronzeavam
No Mediterrâneo em espreguiçadeiras,
O cemitério de nossa família em Dunbarton
Jazia sob as Montanhas White
Em temperatura abaixo de zero.
O solo do cemitério empedrava-se —
Tantas foram as mortes inverno a meio.
Severo e sombrio contra a ofuscante corrente de neve,
Seu arroio negro e troncos de abeto eram macios como mastros.
Uma cerca de ferro em ponta-de-lança
Ladeava em negro as lápides mais coloniais,
A única alma “a-histórica” a parar ali foi
o Pai, agora enterrado sob o recente
mármore rosa-venado, sem marcas de tempo.
Mesmo o latim do lema dos Lowell:
“Ocasionem Cognosce”,
Soava ali um tanto mercantil e deslocado,
Onde o frio abrasivo iluminava
As sepulturas rachadas dos parentes de Mamãe:
Vinte ou trinta Winslows e Starks.
A nevasca deu a seus nomes uma borda diamante...

Nas letras grandiloqüentes sobre o caixão de Mamãe,
Lowell grafara-se em gralha por LOVEL.
O corpo fora embrulhado como panettone em papel de estanho italiano.

Tradução de Ruy Vasconcelos. In: ZUNÁI - Revista de poesia e debates. Disponível em: . Acesso em: 24. Dez. 2014.


SAILING HOME FROM RAPALLO

[February 1954]

Your nurse could only speak Italian,
but after twenty minutes I could imagine your final week,
and tears ran down my cheeks....

When I embarked from Italy with my Mother’s body,
the whole shoreline of the Golfo di Genova
was breaking into fiery flower.
The crazy yellow and azure sea-sleds
blasting like jack-hammers across
the spumante-bubbling wake of our liner,
recalled the clashing colors of my Ford.
Mother traveled first-class in the hold;
her Risorgimento black and gold casket
was like Napoleon’s at the Invalides....

While the passengers were tanning
on the Mediterranean in deck-chairs,
our family cemetery in Dunbarton
lay under the White Mountains
in the sub-zero weather.
The graveyard’s soil was changing to stone—
so many of its deaths had been midwinter.
Dour and dark against the blinding snowdrifts,
its black brook and fir trunks were as smooth as masts.
A fence of iron spear-hafts
black-bordered its mostly Colonial grave-slates.
The only “unhistoric” soul to come here
was Father, now buried beneath his recent
unweathered pink-veined slice of marble.
Even the Latin of his Lowell motto:
Occasionem cognosce,
seemed too businesslike and pushing here,
where the burning cold illuminated
the hewn inscriptions of Mother’s relatives:
twenty or thirty Winslows and Starks.
Frost had given their names a diamond edge....

In the grandiloquent lettering on Mother’s coffin,
Lowell had been misspelled LOVEL.
The corpse
was wrapped like panettone in Italian tinfoil.

SAILING HOME FROM RAPALLO. In: ZUNÁI - Revista de poesia e debates. Disponível em: . Acesso em: 24. Dez. 2014.

EPÍLOGO

Essas benditas estruturas, trama e rima —
por que não são de ajuda alguma para mim agora
que quero fazer
algo imaginado, não recordado?
Escuto o barulho de minha própria voz:
a vista do pintor não é uma lente,
treme ao acariciar a luz.
Mas, às vezes, tudo que escrevo
com a puída arte dos meus olhos
parece uma instantânea,
escabrosa, apressada, espalhafatosa, agrupada,
iluminada de vida,
mas paralisada pela realidade.
Tudo é pacto mal feito.
Por que não dizer, todavia, o que aconteceu?
Reza pela graça da precisão
que Vermeer deu à iluminação do sol
avançando como uma maré pelo mapa
até esta garota firme com desejos.
Somos pobres realidades transitórias,
advertidos por aquilo que concedemos
a cada figura da fotografia
seu verdadeiro nome.

Tradução de Dalcin Lima, em 24 de dezembro de 2014.


EPILOGUE

Those blessèd structures, plot and rhyme—
why are they no help to me now
I want to make
something imagined, not recalled?
I hear the noise of my own voice:
The painter's vision is not a lens,
it trembles to caress the light.
But sometimes everything I write
with the threadbare art of my eye
seems a snapshot,
lurid, rapid, garish, grouped,
heightened from life,
yet paralyzed by fact.
All's misalliance.
Yet why not say what happened?
Pray for the grace of accuracy
Vermeer gave to the sun's illumination
stealing like the tide across a map
to his girl solid with yearning.
We are poor passing facts,
warned by that to give
each figure in the photograph
his living name.

EPILOGUE. In: LE MONOCLE DE MON ONCLE. Disponível em:< http://lemonocledemononcle.blogspot.com.br/2011/05/epilogo-de-robert-lowell.html>. Acesso em: 24. Dez.2014.

A CHAMA ANTIGA

Chama antiga, ó minha esposa!
Lembras das aves listadas?
Dirigi, certa manhã,
em nossa casa no Maine. Ainda
era no topo da colina —

Agora uma espiga de milho
foi respingada na porta.
Velha Glória de treze listras
na estaca enforcada. A ripa,
cor vermelho-vermelha-antiga.

Dentro, um proprietário novo,
esposa nova, vassoura nova!
Antiquário de além-Atlântico
estanho e ganho
brilhando na sala.

Uma nova fronteira!
Sem ir pra porta ao lado
ligar pras autoridades
por um táxi ao Bath
e ao State Liquor Store!

Ninguém viu teu amante
imaginário e fantasmático
parar frente a janela
e apertar
o lenço na garganta.

Saúde à nova gente,
à sua bandeira, à sua velha
casa restaurada na colina!
Tudo foi chorado em vão:
supridos e adornados estão.

Tudo mudou pra melhor —
mas quão ranzinzas fomos nós,
presos pela neve e a sós,
cozinhando como vespas
em nossa tenda de livros!

Antigo amor, pobre fantasma,
diz, com tua voz antiga,
do instinto abrasado
que nos manteve acordados.
Numa só cama e separados,

ouvimos o arado
gemer colina acima —
luz vermelha, azulada,
enquanto retirava a neve
pros cantos da estrada.

Tradução de Matheus “Mavericco”. In: Blog Matheus “Mavericco”. Disponível em:< http://matheusmavericco.blogspot.com.br/2014/03/04-poemas-de-robert-lowell.html>. Acesso em: 24. Dez. 2014.


THE OLD FLAME

My old flame, my wife!
Remember our lists of birds?
One morning last summer, I drove
by our house in Maine. It was still
on top of its hill -

Now a red ear of Indian maize
was splashed on the door.
Old Glory with thirteen stripes
hung on a pole. The clapboard
was old-red schoolhouse red.

Inside, a new landlord,
a new wife, a new broom!
Atlantic seaboard antique shop
pewter and plunder
shone in each room.

A new frontier!
No running next door
now to phone the sheriff
for his taxi to Bath
and the State Liquor Store!

No one saw your ghostly
imaginary lover
stare through the window
and tighten
the scarf at his throat.

Health to the new people,
health to their flag, to their old
restored house on the hill!
Everything had been swept bare,
furnished, garnished and aired.

Everything's changed for the best -
how quivering and fierce we were,
there snowbound together,
simmering like wasps
in our tent of books!

Poor ghost, old love, speak
with your old voice
of flaming insight
that kept us awake all night.
In one bed and apart,

we heard the plow
groaning up hill -
a red light, then a blue,
as it tossed off the snow
to the side of the road.

THE OLD FLAME. In: PoemHunter.com. Disponível em: < http://www.poemhunter.com/poem/the-old-flame>. Acesso em: 24. Dez.2014.


GOLFINHO
 
Golfinho, tu me guias de surpresa,
cativo como Racine, um artífice,
por sua selva de obras metálicas
pela única e errante voz de Fedra.
Quando estive perturbado, tramaste
que os nós dos enforcados me pegassem,
vítreo e tão difícil o meu desejo...
Tenho sentado e escutado palavras,
tantas, da musa colaborativa,
tramada talvez, livre em minha vida,
não fugindo de ofender aos outros,
não fugindo de ofender a mim, —
de pedir compaixão... este livro,
semi-ficção, rede feita ao enredamento,

meus olhos veem o que minha mão fez.

Tradução de Matheus “Mavericco”. In: Blog Matheus “Mavericco”. Disponível em: < http://matheusmavericco.blogspot.com.br/2014/03/04-poemas-de-robert-lowell.html>. Acesso em: 24. Dez. 2014.


DOLPHIN

My Dolphin, you only guide me by surprise,
a captive as Racine, the man of craft,
drawn through his maze of iron composition
by the incomparable wandering voice of Phèdre.
When I was troubled in mind, you made for my body
caught in its hangman's-knot of sinking lines,
the glassy bowing and scraping of my will. . . .
I have sat and listened to too many
words of the collaborating muse,
and plotted perhaps too freely with my life,
not avoiding injury to others,
not avoiding injury to myself--
to ask compassion . . . this book, half fiction,
an eelnet made by man for the eel fighting

my eyes have seen what my hand did.

DOLPHIN. In: Academy of American Poets. Disponível em: < https://www.poets.org/poetsorg/poem/dolphin>. Acesso em: 24. Dez.2014.

VOLTA AO LAR
 
É que era... desde 1930;
os meninos da minha gangue
são das antigas. Começaram
crus como crias de ave
para abraçar a causa.

No altar da rendição,
te achei
na hora da credulidade.
Como era claro o teu infortúnio
para nós aos vinte.

No cassino natalino,
quão puras as noites que fizemos
no nosso Vesúvio de martínis
sem vermute que não vodca
pra adocicar o gim —

o cílio em minha face afora
na noite em que nos adoramos...
tão cedo toda e qualquer noite,
quando tua doce, amorosa
repetição mudou.

Fertilidade não é "pra frente"
ou beleza "precipício" —
coisas que deram errado
vestem o verão
de folhas douradas.

Às vezes
pego minha mente
circulando por você, vidrada —
meu amor perdido caçando
seu rosto perdido.

Verão a verão,
os choupos murcham
no clarão —
é uma cidade pros jovens,
pra se quebrarem surfando.

Nem os cães conhecem meu cheiro.

Tradução de Matheus “Mavericco”. In: Blog Matheus “Mavericco”. Disponível em: < http://matheusmavericco.blogspot.com.br/2014/03/04-poemas-de-robert-lowell.html>. Acesso em: 24. Dez. 2014.


HOMECOMING

What was is . . . since 1930;
the boys in my old gang
are senior partners. They start up
bald like baby birds
to embrace retirement.

At the altar of surrender,
I met you
in the hour of credulity.
How your misfortune came out clearly
to us at twenty.

At the gingerbread casino,
how innocent the nights we made it
on our Vesuvio martinis
with no vermouth but vodka
to sweeten the dry gin--

the lash across my face
that night we adored . . .
soon every night and all,
when your sweet, amorous
repetition changed.

Fertility is not to the forward,
or beauty to the precipitous--
things gone wrong
clothe summer
with gold leaf.

Sometimes
I catch my mind
circling for you with glazed eye--
my lost love hunting
your lost face.

Summer to summer,
the poplars sere
in the glare--
it’s a town for the young,
they break themselves against the surf.

No dog knows my smell.

HOMECOMING. In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/homecoming>. Acesso em: 24. Dez.2014.


AOS MORTOS DA UNIÃO

Relinquunt Omnia Servare Rem Publicam.

O antigo South Boston Aquarium, num Saara
de gelo. Suas janelas quebradas, remendadas.
O galo dos ventos, sem metade das direções.
O tanque aéreo, seco.

Uma vez meu nariz ficou como lesma no vidro;
meu cabelo formigou
pra estourar as bolhas
saindo do nariz dos peixes amedrontados, cordiais.

Guardo a mão. Com frequência suspiro pelo
escuro lá de baixo e pelo reino vegetal
de peixes, répteis. Certa manhã de Março,
pressionei a cerca de arame galvanizado
e novo no Boston Common. Atrás da jaula,
a escavadeira amarelo-dinossauro grunhe
enquanto colhe quilos de musgo e grama
para entalhar sua garagem subterrânea.

Estacionamentos luxuosos como
caixas de areia cívicas no âmago de Boston.
Uma cinta-laranja, cinta abóbora-puritana,
reformiga a Sede do Governo,

sacudindo escavações e encarando o Coronel Shaw
e sua infantaria negra-rechonchuda
no St. Gauden sacudindo a crença na Guerra Civil,
apoiada numa tábua para o caso de terremotos.

Dois meses após marchar rumo a Boston,
metade do regimento morreu;
nas dedicatórias,
William James quase ouvia os Negros ofegando.

Seus monumentos, espinhos de peixe
na garganta da cidade.
Seu coronel é magrinho
como a agulha da bússola.

Tem uma vigília animalesca,
uma tensão de cão gentil;
franze o cenho face ao prazer,
se sufoca por privacidade.

Ele está fora das fronteiras agora. Goza a solidão,
esse poder de escolher a vida e morrer —
quando lidera seus soldados até a morte,
não pode dar as costas.

Numa das milhares de vilas de New England,
as igrejinhas velhas seguram o ar
da esparsa, sincera rebelião; bandeiras gastas
acolchoam cemitérios da Grande Armada Republicana.

As abstratas estátuas do Soldado da União
emagrecem, rejuvenescem ano após ano —
cinturas-de-vespa, dormem nos mosquetes
e divagam em suas costeletas . . . . .

O pai de Shaw não quer monumento
que não o do fosso,
onde o corpo de seu filho
foi jogado junto aos “pretos”.

O fosso está próximo.
Não há estátuas da última guerra aqui;
na Boylston Street, um fotógrafo comercial
mostra Hiroshima fervendo

num cofre de aço batido abatido,
sobrevivente do impacto. O espaço é próximo.
Quando agacho até a TV,
as caras dos negrinhos escolares sobem como balões.

Coronel Shaw
cavalga nas borbulhas,
espera
pela santa pausa.

O Aquarium se foi. Em todo lugar,
carros finos e grandes, como peixes;
selvagem servidão
escorrega na graxa.

Tradução de Matheus “Mavericco”. In: Blog Matheus “Mavericco”. Disponível em:< http://matheusmavericco.blogspot.com.br/2014/03/04-poemas-de-robert-lowell.html>. Acesso em: 24. Dez. 2014.


FOR THE UNION DEAD

“Relinquunt Omnia Servare Rem Publicam.”

The old South Boston Aquarium stands
in a Sahara of snow now. Its broken windows are boarded.
The bronze weathervane cod has lost half its scales.
The airy tanks are dry.

Once my nose crawled like a snail on the glass;
my hand tingled
to burst the bubbles
drifting from the noses of the cowed, compliant fish.

My hand draws back. I often sigh still
for the dark downward and vegetating kingdom
of the fish and reptile. One morning last March,
I pressed against the new barbed and galvanized

fence on the Boston Common. Behind their cage,
yellow dinosaur steamshovels were grunting
as they cropped up tons of mush and grass
to gouge their underworld garage.

Parking spaces luxuriate like civic
sandpiles in the heart of Boston.
A girdle of orange, Puritan-pumpkin colored girders
braces the tingling Statehouse,

shaking over the excavations, as it faces Colonel Shaw
and his bell-cheeked Negro infantry
on St. Gaudens’ shaking Civil War relief,
propped by a plank splint against the garage’s earthquake.

Two months after marching through Boston,
half the regiment was dead;
at the dedication,
William James could almost hear the bronze Negroes breathe.

Their monument sticks like a fishbone
in the city’s throat.
Its Colonel is as lean
as a compass-needle.

He has an angry wrenlike vigilance,
a greyhound’s gentle tautness;
he seems to wince at pleasure,
and suffocate for privacy.

He is out of bounds now. He rejoices in man’s lovely,
peculiar power to choose life and die--
when he leads his black soldiers to death,
he cannot bend his back.

On a thousand small town New England greens,
the old white churches hold their air
of sparse, sincere rebellion; frayed flags
quilt the graveyards of the Grand Army of the Republic.

The stone statues of the abstract Union Soldier
grow slimmer and younger each year--
wasp-waisted, they doze over muskets
and muse through their sideburns . . .

Shaw’s father wanted no monument
except the ditch,
where his son’s body was thrown
and lost with his “niggers.”

The ditch is nearer.
There are no statues for the last war here;
on Boylston Street, a commercial photograph
shows Hiroshima boiling

over a Mosler Safe, the “Rock of Ages”
that survived the blast. Space is nearer.
When I crouch to my television set,
the drained faces of Negro school-children rise like balloons.

Colonel Shaw
is riding on his bubble,
he waits
for the blessèd break.

The Aquarium is gone. Everywhere,
giant finned cars nose forward like fish;
a savage servility
slides by on grease.

FOR THE UNION DEAD. In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/union-dead>. Acesso em: 24. Dez. 2014.
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Sobre Jus et Humanitas

Sou Dalcin Lima, advogado, tradutor e um apaixonado por Línguas e Literatura, especialmente poesia. Sou protetor de animais em geral.
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