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WE REAL COOL E OUTROS POEMAS DE GWENDOLYN BROOKS


edifício de kitchenettes


Somos coisas de horas áridas e do plano involuntário,
Acinzentadas e cinzentas. O “sonho” produz um som volúvel, não tão forte
Como “aluguel”, “sustentar uma esposa”, “satisfazer um homem”.
Mas poderia um sonho fazer subir através de fumaças de cebola
O seu branco e violeta, lutar contra as batatas fritas
E o lixo de ontem que amadurece no corredor,
Vibrar, ou cantar uma ária nestes quartos
Mesmo se estivéssemos querendo deixá-lo entrar,
Tivéssemos tempo para aquecê-lo, deixá-lo bem limpo,
Antecipar um recado, deixá-lo começar?
Gostaríamos de saber. Mas agora não interessa!
Pois o Número Cinco já saiu do banheiro,
Estamos pensando na água morna, esperamos entrar nela.

Tradução de Carlos Daghlian. In: A NEGRITUDE EM DOIS POEMAS DE GWENDOLYN BROOKS Disponível em:< https://periodicos.ufsc.br/index.php/fragmentos/article/download/.../2776>. Acesso em: 16. Abr. 2016.

kitchenette building


We are things of dry hours and the involuntary plan,
Grayed in, and gray. “Dream” makes a giddy sound, not strong
Like “rent”, “feeding a wife”, “satisfying a man”.
But could a dream send up through onion fumes
Its white and violet, fight with fried potatoes
And yesterday’s garbage ripening in the hall,
Flutter, or sing an aria down these rooms
Even if we were willing to let it in,
Had time to warm it, keep it very clean,
Anticipate a message, let it begin?
We wonder. But not well! not for a minute!
Since Number Five is out of the bathroom now,
We think of lukewarm water, hope to get in it.

kitchenette building. In: Poetry Foudation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/learning/poem/172080>. Acesso em: 16. Abr. 2016.

ESTAMOS REALMENTE FRIOS

Os Jogadores de Bilhar.
Sete no Pá de Ouro.

Nós estamos realmente frios. Nós
Fugimos da escola. Nós

Ficamos escondidos até tarde. Nós
Damos golpes certeiros. Nós

Cantamos o pecado. Nós
Diluímos o gin. Nós

Brincamos com June. Nós
Morremos cedo.

Tradução de Carlos Daghlian. In: A NEGRITUDE EM DOIS POEMAS DE GWENDOLYN BROOKS. Disponível em:< https://periodicos.ufsc.br/index.php/fragmentos/article/download/.../2776>. Acesso em: 16. Abr. 2016.

WE REAL COOL


The Pool Players.
Seven at the Golden Shovel.

We real cool. We
Left school. We
Lurk late. We
Strike straight. We

Sing sin. We
Thin gin. We

Jazz june. We
Die Soon.

WE REAL COOL. In: In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/we-real-cool>. Acesso em: 16. Abr. 2016.

verdade


E se o sol vier,
Omo devemos saudá-lo?
Deveríamos temê-lo,
Deveríamos apavorar-nos com ele,
Depois de uma longa sessão com a sombra?

Ainda que tenhamos chorado por ele,
Ainda que tenhamos que rezar
Durante os anos de noite
O que acontecerá se despertarmos numa manhã reluzente para
Ouvir o martela feroz
De suas firmes juntas,
Forte na porta?

Deveríamos tremer,
Deveríamos fugir
Para o querido e cheio albergue
Que a conhecida e oportuno cerração?

Que doçura na frieza
Da agradável inconsciência.
A escuridão pende pesadamente
Sobre os olhos

Traduzido por Dalcin Lima aos 17 de abril de 2016.


truth


And if sun comes
How shall we greet him?
Shall we not dread him,
Shall we not fear him
After so lengthy a
Session with shade?

Though we have wept for him,
Though we have prayed
All through the night-years —
What if we wake one shimmering morning to
Hear the fierce hammering
Of his firm knuckles
Hard on the door?

Shall we not shudder? —
Shall we not flee
Into the shelter, the dear thick shelter
Of the familiar
Propitious haze?

Sweet is it, sweet is it
To sleep in the coolness
Of snug unawareness.
The dark hangs heavily
Over the eyes.

truth. In: Poetry Foundation. Disponível em:< http://www.poetryfoundation.org/poem/242240>. Acesso em: 17. Abr. 2016.


OS COMEDORES DE FEIJÃO


Eles comem principalmente feijão, este par de velhos amarelados.
Jantar é um ato casual.
Prato raso sobre uma mesa lisa e rangente
Com talheres de estanho.

Os dois são principalmente bons.
Os dois que têm vivido seus dias,
Ainda que ponham a mesma roupa
E joguem coisa para longe.

E lembram…
Lembram, com piscadas e entre pontadas,
Inclinados sobre os feijões em um quarto de fundos alugado que está cheio de contas, receitas, bonecas e roupas; pedaços de fumo, vasos e divisórias.

Traduzido por Dalcin Lima aos 17 de abril de 2016.

THE BEAN EATERS

They eat beans mostly, this old yellow pair.
Dinner is a casual affair.
Plain chipware on a plain and creaking wood,
Tin flatware.

Two who are Mostly Good.
Two who have lived their day,
But keep on putting on their clothes
And putting things away.

And remembering…
Remembering, with twinlings and twinges,
As they lean over the beans in their rented back room that is full of beads and
receipts and dolls and cloths, tobacco crumbs, vases and fringers.

THE BEAN EATERS. In: Academy of American Poets. Disponível em:< https://www.poets.org/poetsorg/poem/bean-eaters>. Acesso em: 17. Abr. 2016.
VELHA MARIA


Minha última defesa
É o tempo presente.

Me deixa um pouco chateada saber agora
Que não irei

Caçar Catedrais na Espanha
Nem colher cerejas no Michigan ou no Maine.

Traduzido por Dalcin Lima aos 17 de abril de 2016.

OLD MARY


My last defense
Is the present tense.

It little hurts me now to know
I shall not go

Cathedral-hunting in Spain
Nor cherrying in Michigan or Maine.

OLD MARY. In: Beneath One Little Star. Disponível em:< https://beneathonelittlestar.wordpress.com/2010/12/17/my-last-defense-is-the-present-tense/>. Acesso em: 17. Abr. 2016.


A LOUCA


Não cantarei uma canção de maio
Uma canção de maio seria alegre
Esperarei até novembro
E cantarei uma canção cinza.

Esperarei até novembro
Que é o tempo para mim
Sairei numa escuridão gelada
E cantarei terrivelmente.

E toa a gente pequena
Ficará me olhando e dirá
“Essa é a louca
Que não pode cantar em maio”


Traduzido por Dalcin Lima aos 17 de abril de 2016.


THE CRAZY WOMAN


I shall not sing a May song
A may song should be gay
I’ll wait until November
And sing a song of gray.

I’ll wait until November
That is the time for me
I’ll go out in the frosty dark
And sing most terribly.

And all the little people
Will stare at me and say,
“That is the Crazy Woman
Who would not sing in May”


THE CRAZY WOMAN. In: Poem Hunter. Disponível em:< http://www.poemhunter.com/poem/the-crazy-woman/>. Acesso em: 17. Abr. 2016. 



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Sobre Jus et Humanitas

Sou Dalcin Lima, advogado, tradutor e um apaixonado por Línguas e Literatura, especialmente poesia. Sou protetor de animais em geral.
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1 comentários:

  1. Oi Dalcin. Me interesso por essa poeta, gostaria de te fazer umas perguntas. Você tem um email ou número de telefone que possa me passar?

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