No período entre as duas guerras mundiais, poesia e crítica foram amplamente dominadas por uma figura singular: Thomas Stearns Eliot ou, simplesmente, T.S. Eliot.
T.S Eliot, outrora um estrangeiro subversivo, tornou-se o mais celebrado poeta do século XX – um poeta mundial, que mudou a maneira de pensar. Contudo, cinquenta anos depois de sua morte, ainda se faz novas descobertas sobre ele.
Até mais que Ezra Pound, Eliot modelou os gostos e o vocabulário crítico de uma geração. The Waste Land (A Terra Devastada), o mais inovador e surpreende dos poemas de Eliot, teve o efeito, como observou William Carlos Williams, de “uma bomba nuclear”. Nas décadas que se seguram, Eliot tornou-se o maior poeta a escrever em inglês e a voz abalizada da crítica moderna – estimado, imitado e citado em ambos os lados do Atlântico.
Eliot, descendente de uma importante família da Nova Inglaterra – a mesma remanescente do século XVII – nasceu em St Louis, Missouri aos 26 de setembro de 1888. Na juventude, frequentou uma escola preparatória de Boston e depois entrou para Harvard, onde estudou literatura e filosofia. Trabalhou com editor da Harvard Advocate e, da leitura da poesia dos simbolistas franceses, desenvolveu seu primitivo estilo poético.
De Harvard foi para a Europa para completar uma dissertação de doutorado sobre F.H. Bradley, um filósofo inglês de quem Eliot obteve um dos seus temas generalizados: “a consciência isolada”.
Quando começou a Primeira Guerra Mundial, Eliot fixou-se em Londr, onde trabalhou como bancário. Em 1917, na esteira de um encontro decisivo com Ezra Pound, Eliot publicou seu primeiro livro de poemas, Prufrock and Other Observations (Prufrock e Outras Observações). Tornou-se, então, editor de Egoist (Egoista) e depois editor fundador de Criterion, para o qual escreveu alguns de seus primeiros artigo e críticas.
Em 1922, publicou The Waste Land (dedicado ao seu editor, Pound), que se tornou o poema que fixou a tônica da era pós-guerra. Enfatizando a decadência da cultura ocidental, o poema de Elio foi visto como o maior prenúncio do desespero moderno. A variação métrica e o estilo fragmentado – um entrelaçamento de reminiscências, vinhetas, alusões literárias e conhecimentos antropológicos – tornaram-se modelos de técnicas modernistas.
Despreendidamente modelado na lenda medieval do Graal, The Waste Land reflete o tema e a direção da própria vida de Eliot: a busca da salvação. Nos anos que se seguiram, os escritos de Eliot exprimiram um profundo conservadorismo político e religioso.
Em 1927, Eliot surpreendeu muitos admiradores ao anunciar a adoção da cidadania britânica e sua conversão à Igreja Anglicana. A mudança foi comparada ao movimento de sua poesia do secular ao ao ascético – do pessimismo de Gerontion (1919) à fé religiosa de “Ash Wenesday” (Quarta-feira de Cinza), o poema “conversão” extraído do serviço Anglicano e das disciplinas do ascetismo cristão. A poesia de Eliot culminou nas meditações religiosas de Four Quartets (1936-1943) (Quatro Quartetos), no qual o tom da busca espiritual torna-se tanto pessoal como universal, apresentando o esforço do homem em transcender a força do tempo e alcançar o “tranquilo momento” do eterno.
Nos último anos de vida, Eliot se dedicou principalmente ao verso drama, um gênero que ele quisera há muito restaurar ao período moderno. Sua primeira peça, baseada no martírio de Santo Thomas becket, Murder in the Cathedral (1935) (Assassinato na Catedral) obteve algum sucesso. As últimas peças, em cenários contemporâneos, incluem The Family Reunion (1939) (A Reunião Familiar), The Cocktail Party (1950) (A Festa de Cocktail), The Confidential Clerck (1954) (O Caixa Confidencial) e The Elder Statesman (1958) (O Estadista mais Velho). Embora as peças de Eliot sejam, muitas vezes, impressivas na poesia, em geral a sofisticação moral e as questões religiosas mantêm-na longe da completa apreciação popular.
A tendência anti-romântica da crítica literária de Eliot se evidenciou com seu primeiro livro de ensaios, The Sacred Wood (1920) (O Bosque Sagrado). O enfoque dado por ele aos escritores ingleses dos séculos XVI e XVII levou-o a uma geral reavaliação da tradição poética. Mais notável foi sua “descoberta” dos poetas metafísicos num ensaio que fez sobre John Donne em seus seguidores. Essa descoberta se tornou uma voga contemporânea.
E 1948, as realizações literárias de Eliot foram reconhecidas pela concessão de prêmios como British Order of Merit e Prêmio Nobrel de Literatura. Nos anos seguintes, a reputação literária de Eliot declinou, contudo el continua até o fim a exercer a autoridade no mundo das letras, da mesma forma que ua obra-prima The Waste Land, permaneceu um dos poemas mais influentes do século XX.
Fumante crônico, Eliot levou uma vida conturbada por problemas de saúde tais como bronquite e taquicardia, que fizeram baixar sua imunidade. Ele contraiu um enfisema pulmonar e faleceu aos 04 de janeiro de 1965, em Londres, e foi cremado no Golders Green Crematorium. De acordo com sua vontade, suas cinzas foram levadas a Igreja de São Miguel, em East Coker, sua cidade ancestral quando ele imigrou da América.
Perfil biográfico elaborado por Dalcin Lima.
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