ads slot

Últimas Postagens:

EDWIN ARLINGTON ROBINSON, O POETA DRAMÁTICO DE RICHARD CORY

Edwin Arlington Robinson, poeta americano que é melhor conhecido por seus curtos poemas dramáticos referentes ao povo de uma pequena cidade da Nova Inglaterra, Tilbury Town, tão semelhante à Gardiner, Maine, na qual ele cresceu.

Entre oito ou dez poetas norte-americanos mais talentosos, insere-se Edwin Arlington Robinson. Notável também pela escala e versatilidade de seu trabalho, superou neste aspecto qualquer contemporâneo que escrevesse em língua inglesa, exceto Yeats. Contudo não é fácil recordar um poema seu, grande ou pequeno, que não ilustre seu cuidado meticuloso pelo perfeccionismo, nem que seja no último detalhe de estrutura ou frase. Tal perfeccionismo não é mero espalhafato, mas uma disciplina intrínseca de forma e significado. Robinson é verdadeiramente filosófico, profundo em pensamento e expressão e dado a investigar as áreas sútis da psicologia humana. Ele não esperava nem alcançou uma grande audiência, todavia hoje eleva-se, acompanhado por Robert Frost e T.S. Eliot, acima de todos os outros poetas americanos desde Whitman.

Robinson era descendente por parte de mãe de Anne Bradstreet, a primeira poeta colonial da Nova Inglaterra. Ele nasceu em Head Tide, Maine, aos 22 de dezembro de 1869. Seu pai, então com cinquenta anos, acabara de aposentar-se dos negócios, e a família, em seguida, se mudou para doze milhas abaixo de Kennebec para Gardiner, a “Tilbury Town” de seus poemas.

A pressuposta infelicidade da infância de Robinson é exagerada, embora seja verdade que teve mais que os usuais empecilhos para vencer. Caçula da família, Robinson foi conscientizado, enquanto crescia, do exemplo dos irmãos materialmente bem-sucedidos numa comunidade onde tal sucesso era tido como certo. Após a formatura no colegial, Robinson passou quatro difíceis anos numa aparente ociosidade enquanto lia extensivamente e trabalhava sua poesia com seriedade. Aquela poesia que os editores tão perseverantemente declinavam de publicar.

Aos vinte e dois anos, Robinson entrou para a Universidade de Harvard e permaneceu por dois anos como aluno especial, principalmente de filosofia, literatura e línguas. A morte do pai, em 1893, causou-lhe um afastamento e inaugurou um período de profunda depressão. Um abscesso crônico no ouvido manteve-o, por vários anos, em grande sofrimento, pois temia enlouquecer em virtude de tal infecção.

Com a morte do pai, as posses da família foram drasticamente reduzidas. Os irmãos de Robinson, então bem-sucedidos, reveleram-se instáveis e ambos morreram nos anos seguintes. A mãe igualmente mergulhou numa longa e aflitiva enfermidade.

Antes da morte da mãe, um sério caso amoroso da juventude de Robinson acabou, deixando arrasado. Desde então, o poeta timidamente evitou tais envolvimentos. De qualquer forma até os cinquenta anos, Robinson não poderia ter-se casado devido seus parcos rudimentos como homem de letras.

Após o falecimento da mãe, Robinson livrou-se da responsabilidade da família. Em 1896 fixou-se em Nova York e sem encontrar um editor, publicou dom próprio bolso “The Torrent and the Night Before”. Em 1897, Bookman observou que o verso de Robinson tinha o “true fire” (o fogo verdadeiro), mas que “o mundo não é belo para ele, mas uma prisão”. A carta réplica de Robinson, no número de março, continha a agora famosa avaliação de seu ponto de vista sobre a vida: “o mundo não é uma ‘prisão’, mas uma espécie de jardim da infância onde milhões de crianças desorientadas tentam escrever ‘Deus’ com letra erradas”. No ano seguinte, apareceu o segundo volume “The Children of the Night” (1897) e outra vez o poeta custeou as despesas da publicação.

Os dois volumes então publicados foram colocados no mundo como “crianças desorientadas” – agora famosas como Aaron Stark, com “olhos como pequenos dólares”, Richard Cory, para quem uma bala era um remédio e Luke Havergal, preso nas teias do destino.

Depois de um ano em Nova York, Robinson aceitou um cargo em Harvard como secretário de gabinete do presidente daquela conceituada instituição, todavia revelou-se totalmente incapaz de viver a rotina do cargo. De volta a Nova York, o poeta, embora não gregário, estava longe de ser um recluso tal como frequentemente se imagina. De acordo com Fullerton Waldo, Robinson achava a vida alvoroçada das ruas assim como “Charles Lamb amava a plenitude das marés ao longo da costa”. Por anos, Robinson morou em Greenwich Village, na então área boêmia perto de Washington Square. Lá tinha como íntimos tantos escritores e amigos fiéis tais como Josephine Preston Peabody, William Vaughn Moody, a quem conhecera em Harvard, E.C. Stedman, Percy Mackaye, Hermann Hagedorn, Redgley Torrence e Daniel Gregory Mason, o compositor que ensinava música em Columbia.

Quando "Captain Craig" finalmente conseguiu um editor em 1902, o poeta foi poupado por um tempo da ciência de que o livro fora, “secretamente”, subvencionado pelos amigos de Gardiner. A descoberta de tal fato, bem como da pequena vendagem do volume, aumentou seu desespero durante 1903-1904, quando trabalhava como inspetor de construção do metro. Um trabalho criativo sob tais circunstâncias era quase impossível.

Em março de 1905, Robinson recebeu seu primeiro cheque em dez anos de atividade. Seu trabalho foi aceito por uma revista e, dentro de uma semana, chegou-lhe as mãos uma carta do Presidente dos Estados Unidos. Kermit Roosevelt, filho do presidente e aluno de um dos amigos de Robinson em Groton, enviou ao pai uma cópia de “The Children of the Night”. O presidente adorou aquele livro de poemas. Sendo sabedor agora das dificuldades do poeta, Roosevelt o nomeou como escriturário na Alfândega dos Estados Unidos, em Nova York. O salário era pequeno, mas Robinson teve ainda outra vez tempo e energia para a poesia. Próximo o fim do mandato de Roosevelt, o poeta preparou “The Town Down the River” (1910) e a influência do presidente assegurou-lhe a publicação pelo Scribner’s.

Embora seja relatado que por anos o poeta tenha contado, em parte, com oportunos favores de seus admiradores, por outro lado nunca foi forçado a gastar sua limitada força para obter mera subsistência. Um estúdio era sustentado por ele em Nova York. Depois de 1911, passou muitos verões na MacDowell Colony, em Peterborough, New Hampshire, um asilo para artistas fundado em memória de Edward MacDowell. Lá, entre sucedâneos verões, Robinson completou os mais longos escritos de sua segunda fase.

Nos poemas Arthurianos, cada um do tamanho de um volume em separado, Robinson desenvolveu um verso branco altamente individualizado, altivo em caráter, todavia moderno nos ritmos de linguagem, igualmente adaptável pelo amparo de narrativa e diálogo, efeitos dramáticos e pela característica discussão de ideias do poeta. A engenhosidade de Robinson, não ultrapassada entre os escritores modernos, é vista uma vantagem para melhorar suas longas narrativas. Não se pode afirmar o que é cômico no sentido comum, mas o que surge do reconhecimento das incongruências essenciais no âmago da realidade e recompensa apenas aqueles que seguem o pensamento fundamental do poeta.

Os poemas Arthurianos são fieis as fontes — Malory e cronistas continentais como Wolfram — mas os personagens foram reinterpretados em termos modernos. O mundo de Arthur, no caos como resultado da avareza e descrença de sua liderança, corresponde, ao que parece a Robinson a condição das coisas na época da Primeira Guerra Mundial. Merlin foi publicado em 1917, Lancelot em 1920 e Tristram em 1927.

As recompensas financeiras do poeta cresceram muito lentamente, porém seus primeiros “Collected Poems” (Poemas Reunidos) (1921) forma agraciados com o Prêmio Pulitzer e também “The Mand Who Died Twice” (1924), a maior narrativa de concepção fantástica, porém grande poder e significado moral sobre o tema da regeneração. Tristram ganhou também o Prêmio Pulitzer e como uma seleção do Literary Guid, um clube do livro, deu ao poeta sua primeira grande vendagem. Durante os restantes nove anos de vida, Robinson viu desaparecer suas preocupações financeiras.

Nos últimos anos, Robinson criou várias narrativas longas da vida moderna, começando com Cavender’s House (1929). Estas narrativas são estudos do caráter, todas tratando, em vários aspectos, da natureza da culpa e fidelidade humanas, da destutividade do desejo pelo poder e pela possessão. “The Glory of the Nightgales” (1930) e “Mathias at the Door” (1931) são o clímax da crítica de Robinson à vida moderna e sutilmente incorporadas aos símbolos constantes de luz, escuridão, regeneração e responsabilidade que predominam desde o começo da obra robinsoniana e alcançam a mais alta síntese trágica em Tristram. Talifer (1933) é uma comédia social de sutil e brilhante agudeza num filão de significativa mundanidade. King Jasper (1935), embora mostre traços de fadiga de um homem à beira da morte, é uma alegoria inteligentemente conduzida. É interessante observar como a fase final do poeta desenvolveu um conceito de responsabilidade aristocrática na liderança democrática.

Robinson morreu de câncer aos 06 de abril de 1935, aos sessenta e seis anos de idade, no Hospital de Nova York (agora Hospital Cornell de Nova York) na Cidade de Nova York.


Perfil biográfico elaborado por Dalcin Lima a partir do site da Academy of American Poets aos 27 de fevereiro de 2016.
Compartilhe no Google Plus

Sobre Jus et Humanitas

Sou Dalcin Lima, advogado, tradutor e um apaixonado por Línguas e Literatura, especialmente poesia. Sou protetor de animais em geral.
    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário