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Alguns poemas de Ezra Pound



VIRGINAL


Não, não! Sai de mim. Deixei-a recentemente.
Não estragarei minha bainha com inferior agudeza,
Pois minha circundante atmosfera tem uma nova leveza;
Finos são seus braços, porém ataram-me eles apertadamente
E cobertos deixaram-me com vaporoso tecido –
Tal como doces licenças, uma transparente sutileza.
Oh, eu improvisei mágica na sua intimidade
Para revestir-me, meio a meio, naquilo que ela esconde.
Não, não! Sai de mim. Tenho ainda o aroma
Suave como o vento primaveril que os caramachões vergasta.
Verdes tornaram-se os rebentos, sempre abril nos galhos,
Feito golpes do inverno, com truques de mão ela estanca
E tem das árvores a semelhança do gosto
Como a branca cortiça, tão branca como desta senhora as horas.


Tradução de Dalcin Lima.
A VIRGINAL

No, no! Go from me. I have left her lately.
I will not spoil my sheath with lesser brightness,
For my surrounding air hath a new lightness;
Slight are her arms, yet they have bound me straitly
And left me cloaked as with a gauze of aether;
As with sweet leaves; as with subtle clearness.
Oh, I have picked up magic in her nearness
To sheathe me half in half the things that sheathe her.
No, no! Go from me. I have still the flavour,
Soft as spring wind that's come from birchen bowers.
Green come the shoots, aye April in the branches,
As winter's wound with her sleight hand she staunches,
Hath of the trees a likeness of the savour:
As white their bark, so white this lady's hours.


UM PACTO

Faço um pacto contigo, Walt Whitman –
Detestei-me por bastante tempo.
Venho a ti como uma criança crescida
Que teve um pai cabeçudo;
Estou velho demais agora para fazer amigos.
Foste tu que rachaste a madeira nova,
É hora então de talhá-la.
Temos uma única seiva, uma única raiz –
Haja, pois, comércio entre nós!


Tradução de Dalcin Lima .

A PACT


I make a pact with you, Walt Whitman -
I have detested you long enough.
I come to you as a grown child
Who has had a pig-headed father;
I am old enough now to make friends.
It was you that broke the new wood,
Now is a time for carving.
We have one sap and one root –
Let there be commerce between us.


MENSAGEM DO SR. HOUSEMAN


Ó desgraça, desgraça,
As pessoas nascem e morrem,
Morremos também bastante cedo,
Portanto representemos como se já estivéssemos mortos.
O pássaro empoleira-se no espinheiro,
Porém, dentro em pouco, também morre.
Alguns garotos são enforcados, outros baleados.
Miserável é o destino humano.
Desgraça! desgraça, etcetera...
Londres é um lugar triste,
Shrophsire é muito mais agradável.
Vamos, então, rir por um pouco
Da terna graça mórbida da natureza.
Oh, desgraça, desgraça, desgraça, etcetera...


Tradução de Dalcin Lima.

SONG IN THE MANNER OF HOUSMAN

O woe, woe,
People are born and die,
We also shall be dead pretty soon
Therefore let us act as if we were
dead already.
The bird sits on the hawthorn tree
But he dies also, presently.
Some lads get hung, and some get shot.
Woeful is this human lot.
Woe! woe, etcetera . . . .
London is a woeful place,
Shropshire is much pleasanter.
Then let us smile a little space
Upon fond nature's morbid grace.
Oh, Woe, woe, woe, etcetera . . .


NUMA ESTAÇÃO DO METRÔ


A aparição destes rostos na multidão:
Pétalas num negro galho molhado.


Tradução de Dalcin Lima.


IN A STATION OF THE METRO


The apparition of these faces in the crowd;
petals on a wet, black bough.






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Sobre Jus et Humanitas

Sou Dalcin Lima, advogado, tradutor e um apaixonado por Línguas e Literatura, especialmente poesia. Sou protetor de animais em geral.
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